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Matopiba: estrada ruim entre Tocantins e Bahia traz prejuízos aos meios rural e de cargas

Localizada num importante trecho de escoamento da produção na fronteira agrícola do Matopiba e no topo do ranking das piores rodovias do país na avaliação da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), o trecho de aproximadamente 242 quilômetros entre Natividade (Tocantins) a Barreiras (Bahia) traz prejuízos aos setores rural e de cargas. A constatação é feita em ampla reportagem publicada na edição impressa desse domingo, 8, da da Folha de S.Paulo.

Sob o título “Conheça a pior estrada do país, onde acidentes e prejuízos são rotina”, a reportagem dos jornalistas Dimmi Amora e Pedro Ladeira ouviu caminhoneiros, empresários e produtores rurais que se queixaram das condições da estrada e a necessidade de elevar preços dos fretes em razão dos prejuízos.

Um dos trechos percorridos pela reportagem é usado para levar à Bahia adubo, calcário e grãos produzidos no Tocantins.

A Folha entrevistou Dirceu Delatorre, dono de duas propriedades rurais no Estado. Ele disse que seus sete caminhões deixariam de ter custos de até 20% maiores por transitar na região.

DESPERDÍCIO DA PRODUÇÃO

O setor agrícola brasileiro desperdiça R$ 3,8 bilhões, segundo a CNT, apenas com transporte de 66 milhões de toneladas de milho e soja por rodovia. “Isso colabora para que o custo para transportar a produção no Brasil seja entre o dobro e o triplo da média americana, por exemplo. Quando esses produtos usam caminhão para distâncias acima de mil quilômetros, o transporte pesa ainda mais no custo, tornando o produto menos competitivo”, diz o jornal.

No Matopiba as perdas são mais significativas já que estão distantes mais de mil quilômetros dos portos. É nessa área que a pior ligação passa.

A Folha lembrou ainda que diante do aumento das lavouras de soja, algodão e milho na região o governo decidiu tirar do papel dois projetos de ferrovia: extensão da Norte-Sul a São Paulo e a Leste-Oeste. “A nova previsão da Valec, estatal responsável, é 2018”. “Já foram gastos mais de R$ 10 bilhões, parte deles perdida em superfaturamento e outros prejuízos, e o pouco que ficou pronto não funciona adequadamente.”