Médicos denunciam mortes por falta de medicamentos no HGP, diz Defensoria
A Defensoria Pública do Tocantins realizou vistoria no Hospital Geral de Palmas nesta terça-feira (12) e constatou a falta de mais de 170 medicamentos. Durante a visita, o órgão ouviu relatos de médicos de que pelo menos três pacientes morreram nos últimos dias por falta de medicamentos. A Polícia Civil informou que vai investigar o caso.
Além da falta de remédios, foram listados problemas de planejamento, lentidão nos processos de licitação e inadimplência aos prestadores de serviço na unidade.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde e aguarda um posicionamento.
A Defensoria ouviu depoimentos de médicos e enfermeiros e recebeu denúncias de mortes por falta de três medicamentos distintos de baixo custo.
Eles contaram à Defensoria que um dos pacientes morreu por falta do medicamento furosemida, que custa R$ 0,90. O outro paciente não tinha filtro respirador, que custa em média de R$ 20, e também teria morrido. O terceiro paciente precisava de um remédio para o coração.
As denúncias foram registradas e a Polícia Civil foi chamada ao local para investigar o caso.
De acordo com a Defensoria, também estão em falta:
- 43 medicamentos injetáveis
- 26 remédios controlados
- 41 medicamentos de soluções
- 46 comprimidos
- 21 para tratamento oncológico
Além dos defensores, representantes da Secretaria de Saúde, da diretoria do HGP e do Ministério Público Estadual (MPE) participaram da reunião em uma sala da unidade. No local foram discutidos problemas de falta de assistência e falta de eficiência na prestação de serviço aos pacientes.
Uma das situações citadas foi a falta de tratamento para pacientes com câncer. Desde que a empresa que realizava os serviços de radioterapia suspendeu os atendimentos por falta de pagamento, os pacientes com câncer precisam ser transferidos para tratar a doença em outro estado.
A falta de financiamento para a construção de unidades hospitalares e bloqueios de recursos financeiros também entraram em pauta.
A exoneração em massa que provocou caos na saúde também foi discutida. Na época um hospital chegou a ser fechado e as Unidades de Pronto Atendimento ficaram lotadas. Segundo o documento que descreve a reunião “a medida adotada colocou em risco a integridade e a vida dos pacientes internados na rede pública do estado, cujo a falta de profissionais que ainda persiste precisa ser sanada imediatamente”.