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Mop x rodo e pano de chão: as diferenças da faxina nos EUA e Brasil

joy-mangano-interpretada-por-jennifer-lawrence-no-cinema-desenvolveu-o-miracle-mop-1458167709275_615x300O filme “Joy: o nome do sucesso”, estrelado pela atriz Jennifer Lawrence, conta a história de Joy Mangano, uma mãe divorciada que se tornou uma grande empreendedora nos EUA: ela inventou o Miracle Mop, o esfregão que pode ser torcido sem que o usuário molhe as mãos.

Criado em 1990, o revolucionário utensílio de limpeza é bastante popular nos EUA e em países da Europa, mas no Brasil a ferramenta não caiu no gosto popular. Mas se o mop é funcional, está disponível em muitas lojas e em diversas configurações, por que ele é preterido? Para o sociólogo Jefferson Freitas, as diferenças na forma de execução do serviço doméstico nas casas norte-americanas e brasileiras podem ser um dos motivos.

O doutorando em sociologia pelo Instituto de Estudos Sociais e Políticos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (IESP-UERJ) afirma que, nos EUA, sempre houve um incentivo para que ferramentas facilitadoras fossem desenvolvidas, porque, lá, o serviço de limpeza do lar é caro, pago por hora, e tais equipamentos ajudariam a diminuir o tempo de trabalho e, consequentemente, o custo.

Nas residências brasileiras, onde historicamente a empregada doméstica ou a faxineira mensalista está presente, o empregador não se preocupa com a agilidade ou a facilidade da tarefa. “No plano hipotético, como é a empregada quem faz o trabalho, o mop ou outros otimizadores não se fazem necessários”, diz Freitas. Para o pesquisador, no país, é provável que a introdução dos esfregões no dia a dia seja impulsionada pelas empresas prestadoras de serviço de limpeza eventual, que buscam ferramentas para aperfeiçoar e acelerar a atividade.

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O que faz a diferença? Desinfetante e asseio

Mas o mop é eficaz?

Há alguns anos, nas casas onde quem faz a limpeza são os próprios moradores, o mop – por vezes – vem substituindo (ou dividindo o espaço com) a vassoura e a dupla: rodo + pano de chão. Mas o esfregão gringo seria mais eficiente quando comparado a esses antigos e populares no Brasil? Bem, depende do ponto de vista.

De acordo com a doutora em microbiologia e professora da Faculdade Estadual de Tecnologia (Fatec) de Sorocaba (SP), Elizabeth Pelosi, diferentemente da vassoura, o mop consegue realizar uma limpeza úmida. Neste caso, a vantagem está na remoção da sujeira sem a suspensão das partículas no ar. Assim, para quem é propenso a reações alérgicas, o mop é vantajoso.

Além da umidade favorecer a limpeza mecânica, quando o esfregão é equipado com cabo telescópico há um ajustamento da altura segundo cada usuário, o que o torna o uso mais ergonômico e confortável. No entanto, a principal facilidade oferecida pelo equipamento é o sistema de torção, que evita o esforço repetitivo manual e o contato direto com a sujeira.

Por outro lado, Pelosi explica que para a eliminação dos microrganismos, não importa a ferramenta utilizada, se o mop ou o rodinho com pano, o que vale é a aplicação de um produto desinfetante, pois é essa substância a responsável pela remoção dos micróbios.

Desinfetar é a chave

O professor e pesquisador do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP), Jorge Timenetsky, diz que independentemente da maneira de aplicação, o desinfetante deve – de modo geral – permanecer em contato com a superfície por cerca de dez minutos. Por isso, o produto não pode secar de imediato. “Se o mop for utilizado para a desinfecção, precisa estar com sua umidade aumentada”, orienta.

Por fim, para a limpeza adequada, com o mop ou o bom e (não tão) velho pano de chão, é essencial fazer a troca regular da solução (água + produto de limpeza) no balde, para que a sujeira não seja transferida de um cômodo para o outro. E, não esqueça: após a faxina, higienize os equipamentos para que na próxima limpeza, você não traga de volta os microrganismos removidos e o mau odor.

(UOL)