‘Muito trabalho e zero valorização’, desabafa professora de Miracema; Educação fará paralisação
Os profissionais da rede municipal de ensino de Miracema vão fazer uma paralisação e um ato público com o objetivo de chamar a atenção da prefeitura para as demandas da categoria. O protesto ocorrerá na próxima sexta-feira, 03 de maio, às 8 horas da manhã.
A manifestação foi decidida em assembleia realizada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sintet) no dia 25 de abril.
A categoria denuncia que, ao longo de quase quatro anos, a gestão da prefeita Camila Fernandes não dialoga com os profissionais da educação e seus representantes, não paga as progressões desde o ano de 2020 e não reconhece a carreira dos trabalhadores, além da precarização da educação local.
Os profissionais relatam que não há condições de trabalho adequadas, faltam materiais pedagógicos, as escolas não têm o suporte devido por parte da Secretaria de Educação e não há política pública de educação na rede municipal. Segundo eles, o transporte e a merenda escolar não estão atendendo às necessidades mínimas dos alunos e os salários não estão de acordo com o que determina o plano de carreira.
Carta
Em uma carta assinada pela categoria, uma professora faz um convite à reflexão contínua. “Precisamos agir e pensar que estamos a um passo de ver literalmente nossos direitos [PCCR] rasgados”, afirma.
De acordo com a carta, a realidade cotidiana da educação é de ‘muito trabalho e zero valorização’. “O que temos visto ao longo desses quase quatro anos é muita ignorância, arrogância, poder de caneta que nos fere como uma faca afiada. Confesso que ainda não tinha visto maior descaso com o ser humano como nesta gestão”, diz a carta.
Troca-troca de titular da Educação
Ainda conforme a categoria, quatro pessoas passaram pela cadeira de gestor da Educação em dois anos e meio, evidenciando que pode haver insatisfação por falta de autonomia para gerenciar a pasta.
“Não existe um planejamento financeiro e muito menos pedagógico para condução dos trabalhos nas unidades de ensino; falta merenda escolar, material escolar, transporte escolar, dentre outros problemas”, relata a carta.