Na crise, enfermeira que trabalhava como auxiliar de cozinha perde emprego em Araguaína
A crise mundial do coronavírus está impactando diretamente no faturamento das empresas devido às medidas de isolamento social e quarentena, que visam evitar o contágio em larga escala da doença. Com isso, os clientes sumiram das lojas e muitos trabalhadores estão ficando desempregados.
Em Araguaína, a cidade que é considerada a capital econômica do Tocantins, o comércio pujante já sente o impacto negativo. Apesar de 70% das empresas ainda não terem promovido demissões, mais de 60% delas estão sem dinheiro para pagar salários, segundo levantamento feito no dia 30 de março pela Aciara – Associação Comercial e Industrial de Araguaína.
Já em Palmas, o cenário é ainda pior, pois o comércio em geral segue fechado há mais de 20 dias. A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) estima que mais de 32 mil trabalhadores ficarão desempregados só na Capital.
Os primeiros afetados são os funcionários mais novos na casa, muitos ainda no período de experiência, sonhando com a efetivação.
É o caso da jovem Letícia Ketlyn Barros, de 22 anos, moradora de Araguaína. Formada em enfermagem, ela não conseguiu emprego na sua área e estava trabalhando atualmente em dois empregos, como atendente e auxiliar de cozinha, ainda sem carteira assinada. Mas, de repente, ficou sem nenhum deles.
“Eu estava trabalhando em dois empregos e meus patrões disseram apenas para eu ficar em casa devido à crise, e que quando precisassem de mim me enviariam mensagem. Não sei o que vai acontecer agora”, disse.
A jovem entende que a situação é realmente difícil e, por isso, disse que aceitaria receber até menos que um salário mínimo para manter-se no emprego.
“Não tenho filhos, mas penso que os empresários de pequenas empresas poderiam fazer um acordo com a gente para pagar pelo menos meio salário ou ficar sem remuneração até passar essa crise”, sugeriu.
À ESPERA DO AUXÍLIO DO GOVERNO
Agora desempregada, Letícia espera ser beneficiada pelo auxílio de R$ 600 sancionado na semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro.
“Com esse benefício por três meses, acredito que dará pra sobreviver até passar tudo. Estou orando para que passe logo e não morram tantas pessoas como em outros países”, finalizou.