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“Não sabem fazer”, diz articulador dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas

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Com a data de início dos Jogos Mundiais dos Povos Indígenas cada vez mais próxima, a movimentação para que tudo fique pronto é cada vez mais intensa. A Prefeitura de Palmas e o Ministério do Esporte ficaram responsáveis pela estrutura do evento. Porém, em entrevista à TV Anhanguera, o articulador do Jogos Mundiais dos Povos Indígenas, Marcos Terena, disse que o resultado final não corresponde à expectativa.

– A gente entende que a situação não é fácil, montar toda essa estrutura. Eles não sabem fazer. De sexta-feira a sábado vamos fazer uma varredura em todas as obras para ver se está de acordo com a sustentabilidade ambiental. Observamos que as ocas que foram desenhadas não são essas [que foram montadas]. O que está sendo apresentado é parecido com um circo e isso não corresponde a expectativa dos povos indígenas.

Projeto inicial para o estádio Nilton Santos (Foto: Divulgação)Projeto inicial para o estádio Nilton Santos (Foto: Divulgação)

O coordenador falou ainda sobre os prazos para a entrega das obras e comparou o evento mundial com a 12ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas, que aconteceu em Cuiabá. Na avaliação dele o evento de 2013 foi “catastrófico”.

– Na verdade toda obra devia ser entregue agora no dia 15, foi o prazo que os consultores deram para gente. Nós tivemos a experiência de Cuiabá muito catastrófica e eles ficaram brincando ‘não vai ser igual Cuiabá’, mas está meio parecido – disse.

Estádio Nilton Santos, já no fim das obras do Jogos Mundiais dos Povos Indígenas (Foto: Vilma Nascimento/GloboEsporte.com)Estádio Nilton Santos, já no fim das obras do Jogos Mundiais dos Povos Indígenas
(Foto: Vilma Nascimento/GloboEsporte.com)

Ministério do Esporte
De acordo com o Ministério do Esporte, as obras estão dentro do cronograma. E sobre os valores, o órgão informou que se comprometeu a investir até US$ 13 milhões, que atualmente correspondem a cerca de R$ 49 milhões, por meio de acordo de cooperação técnica com o PNUD e R$ 4.295.867,67 em convênio com a Prefeitura de Palmas.

No projeto inicial da Prefeitura de Palmas, o valor estimado da obra seria de R$ 60 milhões. O valor foi reduzido e algumas adequações foram feitas ao projeto. Alguns espaços que seriam fixos foram substituídos por estruturas móveis que serão desmontadas no fim do evento, como explicou Luiz André Lobo, diretor do Comitê Nacional Executivo do Ministério do Esporte.

– Tudo está dimensionado de acordo com o projeto inicial, nenhum espaço foi tirado. Nós apenas diminuímos alguns, tiramos uma parte da cenografia. Observou-se que as obras apresentadas pela prefeitura não ficariam prontas em tempo hábil e neste tipo de evento a estrutura temporária é a melhor opção por ser mais fácil de montar e remover – explicou.

Prefeitura de Palmas
Sobre o projeto inicial, o secretário extraordinário dos Jogos Indígenas, Hector Franco informou que o projeto passou por mudanças depois da troca de gestão no Ministério do Esporte no início de 2015, depois das eleições. De acordo com ele, a intenção era que a estrutura ficasse como parte da Vila Olímpica que está projetada para a capital.

– Após a mudança de gestão foram várias conversas com o Ministério do Esporte e o Comitê Intertribal para que chegássemos a esta estrutura que está sendo montada hoje. Eu entendo a indignação dos indígenas porque eles sonharam com algo muito melhor, mas esbarramos na questão da realidade econômica – explicou.

G1