Nero fala de cortes em ‘Império’, de relação com ninfeta e de cansaço: ‘Não quero protagonista das 21h tão cedo’
De quatro meses para cá, Alexandre Nero estranha quando chega em casa antes das 18h. Ele grava “Império” de segunda-feira a sábado, e até aos domingos, cerca de 12 horas por dia. Orgulhoso do resultado, admite que paga “um preço alto” para estrelar a novela das 21h como o comendador José Alfredo:
– É um trabalho desgraçado e cansativo. Não imaginava isso. Seria terrível se estivesse carregando o peso numa novela fracassada.
Nero diz que se chateia quando as cenas não saem exatamente como esperava, mas não deixa que isso abale seus esforços:
– É uma bateria gigantesca de textos. Então, tem vezes que caio no piloto automático. Escolho umas dez cenas para estudar bem e nas outras vou no instinto e na experiência. É um trabalho insano. Para o ator, que quer sempre fazer o melhor, é frustrante.
Em breve, ele será ainda mais exigido. A grande virada da trama, anunciada pelo autor, Aguinaldo Silva, acontecerá com a morte do personagem, forjada pelo próprio:
– Acho que Aguinaldo segurou a história por causa do horário eleitoral e agora vai disparar tudo. O que está certinho tem que ser quebrado para a trama não ficar morna.
Uma das principais mudanças será o fim do romance com Maria Isis (Marina Ruy Barbosa). O ator diz que o casal, agora bem aceito, sofreu críticas até de pedofilia:
– Eu e Marina tentamos construir uma relação verdadeira para que não pensassem que é o velho abusando da novinha. A maioria hoje gosta, mas ainda tem quem ache péssimo.
Por conta da polêmica, cenas quentes do casal foram modificadas. Nero foi contra:
– Temos que forçar mais os assuntos. Mas é a opinião do Alexandre, um pobre coitado que não é dono da Globo e não precisa dar satisfação ao Ministério Público.
Ao fim das gravações, o ator, que está em sua quinta novela seguida, só quer férias:
– Quando perguntam se vou emendar, me arrepio. Iria para o sanatório. Preciso retomar a vida. Depois, tenho ideias para teatro, música e cinema. Não quero protagonista das 21h tão cedo.
(Patricia Kogut)