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Nomeação de diarista como ‘secretária fantasma’ gera indiciamento de ex-prefeito por 4 crimes

A Polícia Civil indiciou o ex-prefeito de Goiatins, Antônio Luiz, dois ex-secretários municipais e o esposo de uma ex-secretária pelos crimes de peculato, associação criminosa, falsidade ideológica e de responsabilidade, cometidos entre os anos de 2017 e 2020, quando estavam à frente da gestão municipal.

As investigações foram conduzidas pelo delegado Luís Gonzaga, titular da 35ª Delegacia de Polícia de Goiatins. Conforme apurado, Adesolene Pereira, o esposo da então secretária de Desporto e Lazer, Jennifer Coelho da Silva Sousa, era quem exercia efetivamente o cargo no lugar da sua companheira. Fato que era de conhecimento do próprio prefeito e também do secretário de Administração, José Araújo Sobrinho, popular Zé Cambota.

Na época, o caso chegou a ser denunciado por quatro vereadores, e o Ministério Público do Tocantins ajuizou Ação Civil Pública contra o prefeito e os demais envolvidos, inclusive com pedido de afastamento do cargo, que fora negado pelo juiz.

“O ex-prefeito nomeou a investigada para fazer parte do secretariado do município, mas esta jamais exerceu o cargo, tratando-se de uma secretária ‘fantasma’ da pasta do Desporto e Lazer do município”, explica o delegado.

Segundo a investigação, até mesmo em comunicações oficiais, ele era citado como secretário. “Exemplo disso é que, o então secretário de Administração ao responder um ofício da Câmara Municipal que solicitou informações sobre a relação nominal dos secretários, ele relacionou o nome do esposo da secretária de Desporto e Lazer como titular da pasta, materializando referida irregularidade”, exemplifica.

As testemunhas ouvidas no inquérito relataram que o investigado sempre se apresentava como secretário de Desporto e Lazer, especialmente em eventos esportivos. “Restou evidenciado que a secretária tinha pleno conhecimento de tudo, e inclusive recebia o salário mensalmente em sua conta bancária que era movimentada por ela. Vale ressaltar que a indiciada era servidora pública municipal comissionada como diarista na Secretaria Municipal de Saúde, sendo nomeada para ser secretária porque seu esposo estava impedido de trabalhar por problemas com o INSS”, explica.

Os autos foram encaminhados ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para as medidas cabíveis.

 

Fonte AF Noticias.