O preservativo do futuro está aqui
Por meio do financiamento coletivo, um novo preservativo já teve um arrecadamento superior a US$ 1 milhão. Os mais de 30 mil apoiadores do preservativo HEX, feito pela empresa sueca LELO, investiram na camisinha resistente na plataforma Indiegogo e no website da companhia.
À primeira vista, a HEX parece uma camisinha bastante comum: um pedaço de látex esbranquiçado. “As pessoas dizem: ‘Eu não uso porque ela pode furar’. Dá um tempo”, revolta-se Filip Sedic, o fundador da LELO, em entrevista à revista “Business Insider”. “Mas as pessoas ainda usam isso como desculpa. Temos de ter a certeza de eliminar todas estas desculpas”.
Ele pretende fazer isso com a sua invenção. E demonstra: com uma mão dentro do preservativo, ele abre os dedos, revelando um padrão hexagonal gravado no material. Segundo a repórter Melia Robinson, o látex se agarra às suas unhas, mas não se rompe. Ele pega uma caneta da mesa e tenta mais uma vez perfurar o preservativo. Sem sucesso.
A caixa do produto afirma que ele foi inspirado no grafeno, “a mais fina e mais forte estrutura conhecida pela ciência”.
Uso da camisinha
Estudos já mostraram que há uma correlação entre não gostar de preservativos, achar que eles atrapalham o prazer do ato sexual e deixá-los na mesa de cabeceira. No maior estudo dos Estados Unidos sobre a sexualidade, em 2010, 45% dos homens e 63% das mulheres relataram não usar o preservativo em sua última relação sexual com um recém-conhecido, de acordo com a Universidade de Indiana.
No Brasil, os números mais recentes e alarmantes vêm da Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar (Pense), levantamento divulgado no final de agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Foram entrevistados no ano passado 102.301 alunos do 9º ano do ensino fundamental, a maioria deles entre 13 e 15 anos.
Apesar de o número de adolescentes que já tiveram relações sexuais ter diminuído levemente (de 28,7% em 2012 para 27,5% em 2015), cerca um terço (33,8%) dos entrevistados não tinha usado preservativo na sua última relação, um aumento significativo frente aos 24,7% de 2012.
Tal negligência pode levar a uma série de complicações, incluindo doenças.
Prazer como carro-chefe
Há oito anos, a LELO – que foi premiada por sua linha de luxo de brinquedos sexuais e vibradores – se propôs a fazer uma camisinha que os homens realmente quisessem usar. Ou que, pelo menos, tolerassem.
Como o sexo com camisinha pode ser melhor
A companhia redesenhou o molde usado para fazer as borrachas, criando dentro do preservativo um padrão reticulado como o de um favo de mel. Isso o torna menos provável a escorregar ou rasgar, de acordo com Sedic.
Segundo o fundador da empresa, quando pressão é aplicada em qualquer ponto do preservativo HEX, ele se estende em seis direções. Essa flexibilidade o torna mais resistente à tensão. Além disso, se você fizer um buraco nela, o dano fica contido naquela única célula, ao contrário de camisinhas convencionais, que rasgam.
Popular entre jovens
De acordo com um porta-voz da empresa, 73% dos apoiadores das campanhas de crowdfunding eram do sexo masculino e 27% eram do sexo feminino.
É importante notar também que quase 70% dos apoiadores eram da geração do milênio – chamada também de Geração Y ou Millennials. Isso pode se dever ao fato de que as campanhas de crowdfunding são especialmente populares entre os internautas mais jovens. No entanto, todo esse entusiasmo pode ser um indicativo de algo mais: a reformulação da LELO tornou a camisinha sexy.
A camisinha HEX é vendida on-line por US$ 19,90 (aproximadamente R$ 64) por um pacote com 12 ou US$ 34,90 (cerca de R$ 112) por um com 36 unidades – um valor que parece assustador, mas que é, na verdade, muito próximo do encontrado em farmácias brasileiras para camisinhas do tipo “ultra fino”. Um porta-voz da LELO afirmou que em breve a empresa vai começar a venda em lojas de varejo em todo o mundo. [Business Insider, iG, Slate]
(pavablog)