Pacientes têm tratamento de hemodiálise interrompido no Hospital Regional de Araguaína
Cerca de 30 pacientes internados no Hospital Regional de Araguaína estão sem o tratamento de hemodiálise. A empresa responsável pelo fornecimento do material diz que o motivo é a falta de pagamento por parte do estado.
O pai da estudante Amanda Ravena está internado há três meses na unidade por causa de uma insuficiência renal crônica. Toda semana, ele precisa fazer três sessões de hemodiálise, mas há quatro dias está sem o tratamento.
“Porque não tem solução para fazer hemodiálise. Sempre eles falam que semana que vem vai chegar e quando chega não dá para todo mundo porque mandam em pouca quantidade. Eles pegam os pacientes que estão mais graves e colocam na frente”.
Alguns dos pacientes estão há mais de uma semana sem o tratamento. A autônoma Neusa Araújo diz que até tentou comprar o material para garantir a hemodiálise do marido, mas não conseguiu. “Não é fornecido em farmácias, em lugar nenhum. Nós procuramos e não compramos porque não tem. Só mesmo o instituto que fornece para o Hospital Regional, mas com a falta de pagamento eles não estão fornecendo”.
Pacientes do Hospital Regional de Araguaína ficam sem hemodiálise
A empresa responsável pelo envio do material é o Instituto de Doenças Renais do Tocantins que presta serviço ao estado há 24 anos e hoje atende 164 pacientes que fazem tratamento de diálise e hemodiálise por meio do Fundo Mundial de Saúde, enviado pelo governo federal aos estados.
De acordo com o dono da empresa, esse repasse deixou de ser feito entre os meses de fevereiro e maio desse ano, somando uma dívida de R$ 2,9 milhões.
Enquanto isso, familiares de pacientes internados no hospital cobram do estado uma solução. “A preocupação é muita porque enquanto ela estava fazendo hemodiálise, estava tudo bem, ela estava comendo bem, estava se alimentando, e agora não está se alimentando, fica difícil para ela”, contou o marido de uma paciente.
Quem está há tanto tempo esperando pelo tratamento, teme pelo pior. “Se ficar sem fazer hemodiálise, o risco de morrer é iminente. Pode ser que na próxima semana, morra todo mundo”, disse um dos pacientes.
Em nota, a Secretaria Estadual da Saúde negou que o atendimento esteja suspenso. Que se isso acontecer a responsabilidade é do Instituto, de acordo com o contrato assinado no mês passado. A secretaria disse que viu com estranheza os argumentos do fornecedor e que no último dia 9 de agosto fez um pagamento de R$ 500 mil referente a parte das dívidas anteriores.
Fonte: G1 Tocantins