Pai grava vídeo mostrando UPA lotada e denuncia demora no atendimento da filha: “mais de 7 horas”
“Falta de respeito e descaso”, foi assim que o pai de uma criança de 1 ano e 5 meses classificou o atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA), em Araguaína, região Norte do Tocantins em denúncia encaminhada ao Portal O Norte.
O servidor público, Rodrigo Correia da Silva, precisou levar a filha às pressas para a unidade no último domingo (03), quando ela começou a passar mal: “Ela estava com vômitos frequentes, muito pálida quase desmaiando de fraca”, lembra o pai dizendo que eles chegaram na unidade por volta às 17:00hrs mas a filha só recebeu atendimento por volta de 00:20 já da segunda-feira (04), quando o médico receitou um medicamento e liberou a criança.
Rodrigo conta que precisou retornar nessa terça para a UPA porque sua filha continuava vomitando. Eles chegaram por volta das 15 horas mas acabou desistindo de esperar atendimento quando percebeu a quantidade de pessoas que aguardavam na sua frente: “Quando viemos no domingo tinha umas 20 pessoas mas ontem tinha umas 40. Se domingo ela foi atendida mais de 7 horas depois, imagine quando a gente iria sair da UPA?”, observou.
O servidor público gravou um vídeo mostrando a quantidade de pessoas que esperavam atendimento na unidade.
O pai disse que chegou a conversar com uma das servidoras da UPA que falou em sobrecarga de trabalho. Ela contou que recentemente houve várias demissões que complicaram o atendimento e deu como exemplo a sala de medicação, onde antes quatro pessoas atendiam e hoje apenas dois profissionais estão atuando. “A demanda é muito grande, isso é uma falta de respeito tanto com as pessoas que precisam de atendimento quanto com os profissionais que trabalham na UPA”, reclamou.
Cansado de esperar, nesta terça Rodrigo decidiu levar a filha pra casa sem receber atendimento. Ela continuou sendo medicada de acordo com o que o médico havia receitado e segundo ele, já está melhor.
Rodrigo encerrou a denúncia cobrando explicações do poder público e justificou: “A população está sofrendo com essa demora no atendimento e isso não pode continuar assim”, pontuou.
O Portal O Norte entrou em contato com o Instituto Saúde e Cidadania – ISAC, terceirizada responsável pela gestão da unidade, para esclarecimentos sobre o caso.
Resposta da UPA
Em nota ao Portal O Norte, o ISAC informou que durante o período carnavalesco, o número de colaboradores atendendo na UPA permaneceu igual ao de todos os dias do ano: quatro médicos, além de enfermeiros, técnicos em enfermagem e outros profissionais.
Sobre a demora no atendimento, o instituto destacou que na segunda e na terça-feira aconteceu acima da normalidade, o que gerou algumas situações de espera, mas garantiu que “não houve alteração na rotina e escala de trabalho dos profissionais”.