Pedreiro é o 1º a reimplantar dedo com sucesso em hospital de Palmas
Há 10 dias, o pedreiro Gilsomar Santarém Costa, de 61 anos, viveu um dos momentos mais difíceis da vida dele. Ele estava trabalhando, quando, em um acidente de trabalho, teve três dedos da mão direita decepados: o polegar, o indicador e o médio. Gilsomar foi atendido no Hospital Geral de Palmas e no mesmo dia passou por uma cirurgia. Apenas o polegar foi reimplantado. A cirurgia foi a primeira de reimplante de dedo com sucesso realizada no Hospital Geral de Palmas.
O ortopedista e traumatologista Marcilio Barbosa Mendes conta que cinco pessoas já passaram por reimplante de dedo no hospital público da capital, mas a cirurgia de Gilsomar foi a primeira que “pegou”. “Dependendo do trauma que causou a amputação, o reimplante pode vingar ou não”, explicou o médico.
Por causa do tempo, Gilsomar teve que escolher qual dos dedos ele queria recuperar. Segundo o ortopedista, o tempo entre a amputação e a chegada do pedreiro no hospital foi de cerca de 7h. Além deste tempo, deve ser considerado também o período da cirurgia, que é de cerca de 4h. “A cirurgia é demorada e por causa do tempo, tivemos que optar por um dos dedos. Escolhemos o polegar por se tratar do dedo mais importante. Assim ele vai continuar fazendo o movimento de pinça que auxilia no manuseio de objetos”.
decepados, em Palmas
(Foto: Marcos Kalil/Sesau TO)
Embora tenha conseguido recuperar apenas um dos dedos decepados, o pedreiro ficou mais aliviado depois da cirurgia. Ele agora espera recuperar logo os movimentos do dedo e voltar para o trabalho. Gilsomar mora com a mulher, duas filhas e uma neta, em Taquaralto, região sul de Palmas. O pedreiro sustenta a família e sabe o quanto o trabalho é importante para a sobrevivência de todos.
“Eu quero seguir a minha vida e ter paz. Foi uma grande vitória conseguir reimplantar o dedo. Eu achei que não conseguiria fazer a cirurgia no Tocantins”, contou ele. Gilsomar recebeu alta nesta quinta-feira (24), está em casa em repouso, cuidando da alimentação e fazendo de tudo para não prejudicar a cirurgia.
O dedo reimplantado vai ter uma limitação no movimento e uma sensibilidade menor, mas de acordo com o médico, dentro de 90 dias, Gilsomar poderá usar novamente a mão para atividades diárias.
O que fazer em casos de acidente
Gilsomar conta que depois do acidente, um colega de trabalho pegou os dedos, enrolou em um pano e levou para o hospital. Mas, o ortopedista alerta que a parte amputada deve ser colocada em um recipiente plástico fechado e seco. Posteriormente, este recipiente deve ser colocado em uma segunda embalagem com gelo e líquido.
Ao contrário do que muitos imaginam, a parte amputada não deve ser colocada diretamente em um recipiente com gelo. “O dedo não pode ser congelado porque o gelo causa danos na pele”, explica o médico. A parte amputada deve ser bem acondicionada e precisa ser levada rapidamente para o hospital.
Além da cirurgia do reimplante do dedo, o Hospital Geral de Palmas realizou, há três anos, com sucesso, uma cirugia para reimplantar uma mão.
(G1)