Pesquisadores iniciam nova expedição para avaliar crescimento da população do pato-mergulhão no Jalapão
Os biólogos do Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e da Fundação Pró-Natureza (Funatura) iniciaram nesta semana uma nova expedição para realizar o censo populacional do pato-mergulhão. A ave tem grande risco de extinção e só é encontrada em poucos lugares do mundo, sendo que um deles é na região do Jalapão.
Em julho deste ano o Naturatins divulgou um estudo que apontou para o aumento da população do pato-mergulhão. Segundo o biólogo da Funatura, Paulo Antas, no Tocantins está uma das últimas populações conhecidas do pato-mergulhão na natureza.
“Em 2019, o Naturatins em parceria com a Funatura e a UEMA realizou um censo nas populações e encontrou um aumento populacional importante, se comparado com as populações detectadas nos censos de 2009 e 2010”, informou Antas.
A expedição agora pretende refazer esse censo para verificar se a tendência de aumento no número de indivíduos continua. A expedição de 2021 é mais ambiciosa, pois será feita uma avaliação do rio Soninho, no Parque Estadual do Jalapão (PEJ), até os afluentes da margem esquerda do rio São Francisco, no noroeste da Bahia.
A expedição vai contemplar áreas da Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins, Área de Proteção Ambiental (APA) do Jalapão e o Parque Estadual do Jalapão (PEJ).
O objetivo principal é encontrar novas populações eventualmente existentes e que ainda não foram detectadas e fazer uma avaliação populacional no rio Novo, na região do Jalapão, assim como em um de seus afluentes, o rio Verde.
Fêmea do pato-mergulhão com filhotes no Jalapão — Foto: Robert Kooji/Divulgação
A população mundial do pato-mergulhão é estimada em cerca de 250 indivíduos. A espécie ocorre em áreas isoladas no estado de Minas Gerais, Goiás e Tocantins. Há ainda registros históricos que apontam a ocorrência dessa espécie no Mato Grosso, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. O pato-mergulhão já ocorreu também na Argentina e no Paraguai, onde atualmente encontra-se extinto.
Além de raro, ele é considerado um bioindicador ambiental. Onde há ocorrência dele há, sem dúvida, natureza preservada. Isto porque esta ave só consegue se alimentar e se desenvolver em locais onde existam águas limpas e transparentes, em rios ou córregos encachoeirados, próximo à matas ciliares.
Fonte: G1 Tocantins