Piranhas ameaçam temporada na praia do Coqueiro; vários ataques já foram registrados
Uma das praias mais procuradas neste mês de julho na região norte do Tocantins está sendo alvo de ataques de piranhas. Nos últimos dias, vários banhistas foram atacados na praia do Coqueiro, em Filadélfia.
Uma das últimas vítimas foi um adolescente de 16 anos de Carolina (MA) que resolveu curtir o rio Tocantins no final de semana.
O jovem estava na parte mais rasa e percebeu algo mexendo no seu pé. Sem desconfiar do ataque, ele mexeu o pé e saiu ferido. O adolescente foi levado por familiares para o hospital da cidade. Não havia nenhum socorrista no local.
Segundo banhistas, apesar dos frequentes ataques, a praia não possui nenhuma rede de proteção para evitar esse tipo de acidente.
Ataques de piranhas
Uma das recomendações para evitar os ataques é não entrar na água quando houver aglomeração de pessoas. E, caso entre, não levar alimentos.
A piranha é um dos mais temidos peixes de água doce do mundo e isso se deve à violência de seu ataque, que pode ser realizado em grupo ou individualmente. Entretanto, apesar da fama de má, ela está longe de ser uma assassina cruel e implacável. Também não é uma devoradora de gente, como muitos imaginam.
“A piranha só ataca quando tem fome. E, ao contrário do que se pensa, ela não sente uma atração incontrolável por sangue. Os ataques são provocados principalmente por quedas de objetos na água ou movimentações incomuns, que são interpretadas como a presença de um animal ferido ou em dificuldade”, afirma o zoólogo Ivan Sazima, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Além de hábil caçadora, a piranha também se alimenta de animais mortos e pode dar uma de canibal, comendo companheiras de bando quando o alimento fica escasso. Quando ataca outros peixes, ela abocanha principalmente escamas, nadadeiras e partes dos músculos da vítima. “Geralmente as piranhas não comem o animal inteiro, a não ser que estejam em grupos muito grandes”, diz Ivan.
Existem 36 diferentes espécies de piranha no planeta, todas encontradas só na América do Sul – no Brasil, já foram identificadas 24 espécies. As maiores são a piranha-preta (Serrasalmus rhombeus), encontrada na Amazônia, e a piranha-do-são-francisco (Pygocentus piraya), ambas com 40 centímetros de comprimento.
Já a espécie mais temida é a piranha-caju ou queixuda (Pygocentrus nattereri). “Ela tem uma mordida altamente mutilante e quando ataca provoca graves ferimentos”, afirma Ivan.