População reclama do descaso com as principais praças públicas da cidade; programa de reforma nunca saiu do papel
A situação das praças de Araguaína é alvo frequente de reclamações por parte da população. E não é para menos. A Praça das Bandeiras e a Praça São Luis Orione (mais conhecida como Praça das Nações), ambas no centro da cidade, enfrentam sérios problemas estruturais.
Uma equipe do Portal O Norte esteve nas duas principais praças de Araguaína. Lá, além de ouvir a comunidade, constatou, através das lentes de uma câmera fotográfica, inúmeros desafios que se impõem ao poder público municipal.
Para a população, não resta dúvidas: já passou do tempo de as praças da cidade passarem por uma reforma efetiva, que privilegie todas as suas características, renovando-lhes a beleza e ampliando o seu alcance.
A Praça São Luiz Orione é, de longe, a mais visitada de Araguaína. Nos fins de semana, centenas de pessoas passam pelo local, que conta com lanchonetes, feira de artesanato e comidas típicas, banca de revista, espaço com brinquedos, entre outros. Seja para fazer um lanche, ou mesmo só passar o tempo, a praça é destino certo de muitos araguainenses.
Apesar da movimentação intensa, a Praça das Nações, como também é conhecida, enfrenta o descaso por parte do poder público. Bancos quebrados, lixeiras insuficientes, calçamento rachado, sujeira, canteiros sem manutenção. Estes são apenas alguns dos muitos problemas estruturais enfrentados pela praça mais popular de Araguaína.
“É uma pena que a praça mais frequentada de Araguaína esteja nestas condições. É vergonhoso que o poder público tenha fechado os olhos para ela. Antigamente, costumava vir mais vezes aqui, mas depois que meu filho se machucou tropeçando num pedaço de banco, passei a repensar as minhas visitas”, contou, revoltada, a enfermeira Mônica Carvalho de Assis, de 31 anos.
Dona Maria da Paz, de 68 anos, outra assídua frequentadora da praça, concorda. “Araguaína já tem poucos espaços de lazer e os poucos que temos, infelizmente, estão abandonados. Espero que na próxima gestão alguém tome providências. Já basta de descaso!”, opinou.
Outro alvo frequente de reclamações por parte dos usuários é a ausência de banheiros na Praça São Luis Orione. “A praça mais importante de Araguaína não tem um único banheiro. E, infelizmente, nunca vi nenhum projeto para construir um. Será que não passa pela cabeça dos gestores municipais que um banheiro é útil neste local?”, questionou a professora Sandra Barbosa Fonseca, de 28 anos.
A população reclama ainda da quantidade de mendigos que fazem da praça sua morada. “Todos os fins de semana, dezenas de mendigos acampam na praça. As vezes passam semanas aqui. Alguns fazem suas necessidades nos canteiros. A sujeira está por toda parte. Além disso, a pintura há muito tempo precisa ser refeita”, afirmou o aposentado Marcos Santana, de 71 anos.
Durante o dia, o estacionamento da praça, que já tem poucas vagas, serve de espaço para venda de veículos. São dezenas de carros com anúncios de vendas. No ano passado, o Ministério Público Estadual ingressou com uma ação contra a Prefeitura de Araguaína, exigindo a retirada dos automóveis, mas até hoje nada foi feito. “É um absurdo que a praça seja usada para este fim. Pior ainda é que nenhuma providência seja tomada”, indagou o servidor público George Mateiros, de 34 anos.
A maioria dos problemas estruturais da Praça São Luiz Orione se repete na Praça das Bandeiras, a segunda mais popular de Araguaína. Mas por lá, a estrutura está ainda mais danificada. A pintura está desgastada. O chafariz, um dos símbolos da praça, foi praticamente destruído. A fiação está exposta. Há lixo por toda parte. O principal monumento da praça, a Bíblia de concreto, foi completamente depredado. As bandeiras, trocadas recentemente, estão estiradas em mastros enferrujados.
“É vergonhosa a situação da Praça das Bandeiras. Ela praticamente nunca passou por uma reforma desde que foi reconstruída, o que é lamentável. Um espaço tão bom como este, no centro da cidade, deveria ser melhor aproveitado”, opinou a professora Lourdes Camargo, de 26 anos.
Para o taxista Célio Santos, outro grande problema é a quantidade de sujeira espalhada pela praça. “Grande parte do dia eu fico aqui e o que mais vejo são pessoas jogando lixos pela praça. Aqui deveria ter um local exclusivo para coleta de lixo; as lixeiras são poucas e muitas estão quebradas. Além disso, falta fiscalização, pois tem muita gente que cola na entrada da praça panfletos divulgando festas”, criticou.
“Adote uma praça”
Mas quem pensa que só as duas principais praças de Araguaína enfrentam o descaso, está enganado. Por toda a cidade, é possível encontrar praças em situação semelhante. A Praça do Bode, no Patrocínio, é outro exemplo do descaso.
O que poucas pessoas sabem é que no ano passado, a Prefeitura da cidade havia anunciado a implantação de um projeto para reformar as praças da cidade. O “adote uma praça”, programa de recuperação das praças de Araguaína que uniria iniciativa privada e poder público, nunca saiu do papel.
(Portal O Norte)