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Prefeitura quer fechar a Vila Chambari por se tratar de área pública; autônomos acusam Executivo de perseguição

Divulgação
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Há cerca de 20 anos, ainda em 1993 na gestão de João Ribeiro (PR) como prefeito de Araguaína, dezenas de pessoas receberam concessões de locais públicos para trabalharem como autônomas. O local doado pelo então prefeito hoje é conhecido como “Vila Chambari”, próximo à Rodoviária de Araguaína, que atende em média mais de 250 araguainenses e turistas.

Contudo, o atual prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas (PR), decidiu em junho deste ano fechar o local. Em uma notificação enviada aos autônomos, o departamento municipal de Postura e Edificações da Secretaria de Infraestrutura determinou “a imediata desobstrução de logradouro público, em caso de invasão por obra de caráter permanente”.

Ainda na notificação, o órgão deu apenas 30 dias para os trabalhadores desocuparem o local. “Para que proceda no prazo de 30 (trinta) dias, a desocupação da área pública, pois caso contrário, a Prefeitura se encarregará de desocupar a área e efetuar a demolição de quaisquer obras que se encontrem no local”, informa o documento.

Preocupados com a situação, os autônomos se reuniram e contrataram o advogado particular, Miguel Vinicius, que conseguiu na Justiça, no último dia 22 de julho, uma decisão liminar que assegura o direito de concessão aos comerciantes. A decisão foi emitida pelo juiz substituto da 2ª Vara Cível de Araguaína, Vandré Marques e Silva. No entanto, os trabalhadores ainda se sentem perseguidos pela prefeitura e, por esse motivo, procuraram a reportagem do Portal O Norte.

Venda de bebida alcoólica 

Segundo o proprietário da Conveniência Sousa, Carlos Magno, a prefeitura emitiu no último dia 08 de agosto uma notificação informando que os comerciantes daquele local estão proibidos de vender bebidas alcoólicas, como consta no Art. 1º da Lei 2839/13: Infração: comércio de bebidas alcoólicas em locais públicos, utilizados por concessionários e permissionários de serviços no Município. 

Ao Portal O Norte, Magno disse que não entendeu o porquê de proibirem a venda, mas retirou imediatamente todas as cervejas e similares do estabelecimento. “Quem sai prejudicado com tudo isso é o comerciante que acaba perdendo dinheiro ao cumprir a lei, mas se ela existe é para ser cumprida. E foi isso que eu fiz!”, afirmou.

As vistorias dos fiscais municipais são realizadas constantemente após a proibição da venda de bebidas alcoólicas, no entanto, em uma delas os profissionais encontraram no freezer de Magno uma cerveja. O autônomo ainda tentou se justificar dizendo que era para consumo próprio, mas os fiscais o atuaram com uma multa de R$ 500. “Tanta gente roubando na cidade, utilizando som automotivo mais alto do que o permitido e a prefeitura vem multar um trabalhador honesto que depende do seu serviço para viver?”, questionou Magno.

Outro lado

Para esclarecer o motivo do fechamento da Vila Chambari dentre outros questionamentos, o Portal O Norte entrou em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura e o secretário de postura do município, Thiago Spacassassi, e aguarda um posicionamento.

(Portal O Norte)