Professora mãe de criança de 6 anos morre em Araguaína vítima de Covid-19
A paciente de 43 anos que foi tirada do isolamento Covid e colocada em uma UTI comum com 9 internados tratados por outras enfermidades, não resistiu. A informação foi confirmada pela Secretaria Municipal de Saúde de Axixá, onde a senhora residia. O Portal O Norte também conversou com o marido da vítima que contou em detalhes os últimos momentos com a esposa.
Em estado grave e entubada, Franscisca Landim morreu na madrugada desta segunda-feira (11), depois de ser submetida a uma terceira transferência hospitalar. A primeira foi quando ela procurou o Hospital Regional de Augustinópolis, de lá foi transferida para o Regional de Araguaína (HRA), onde permanecia há dez dias e estava em meio a uma denúncia polêmica encaminhada ao Portal O Norte, quando profissionais questionaram a remoção dela da ala destinada para Covid-19. Segundo a diretoria do hospital, ela teria testado negativo para o novo Coronavírus e por isso foi tirada do isolamento, mas ontem, já na UTI comum ela foi novamente submetida a um teste rápido sendo diagnosticada com a doença. Depois da denúncia, Francisca foi de novo remanejada para uma UTI Covid, dessa vez no Hospital e Maternidade Dom Orione (HMDO), onde faleceu.
Francisca Landim morava em Axixá, sofria de problemas respiratórios e procurou socorro médico após apresentar sintomas comuns em pessoas com Covid-19. “Ela estava sentindo muita fraqueza e falta de ar então levei ela para o hospital”, disse o marido, Cleomar Vital Lima (42 anos).
Sobre a contaminação, ele não imagina como a mulher pode ter sido infectada. “Que eu saiba não tivemos contato com nenhuma pessoa com o vírus” afirma.
O marido disse que não via Francisca desde o dia em que ela foi transferida para Araguaína: “Foi a última vez que eu vi minha esposa viva“, lembra o motorista.
Depois que ela chegou em Araguaína, o hospital acionou o senhor Cleomar para que ele fosse buscar todos os pertences da esposa, inclusive seu celular. “Eles disseram que a partir daquele momento eu não poderia mais ter contato nem fazer visitas, foi a última vez que eu ouvi a voz dela por telefone“, lamenta.
Dona Francisca Landim era professora mas estava afastada das funções pelo INSS. Ela e o marido eram casados há 9 anos e o casal tem uma filha de apenas 6 anos de idade. “Nossa família está desolada, ainda sem acreditar que tudo isso aconteceu“, disse o senhor Clemar Lima em entrevista à nossa reportagem.
O Portal O Norte procurou a Secretaria de Saúde de Axixá para falar sobre a morte da professora. De acordo com o município, até o início da noite de hoje eles ainda não haviam recebido a notificação oficial sobre a morte da paciente e ficaram sabendo do falecimento de Francisca através da família. A cidade de Axixá tem 13 casos notificados da doença.
Nossa reportagem também procurou a Secretaria Estadual de Saúde (SES), mas até o fechamento desta matéria a pasta ainda não havia se manifestado sobre esta morte. Na última nota sobre Francisca Landim dada quando ela ainda estava viva, a SES informou que além do teste rápido que deu positivo, foi coletada secreção da paciente para o teste Swab realizado pelo Lacen e mais eficaz no diagnóstico, contudo, o resultado ainda não havia sido divulgado.
Diante dos fatos, a morte da professora está sendo tratada como um caso do novo Coronavírus. Ainda esta noite, o marido se encontra em Araguaína, resolvendo as questões burocráticas para liberação do corpo: “Ela se foi! Sem direito à despedida e não podemos nem fazer velório. Queriam cremar aqui mesmo em Araguaína, mas ainda conseguimos autorização pra levar o corpo. Provavelmente ela vai precisar ser enterrada ainda hoje em Axixá“, pontua.
Fonte: Portal do Norte