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Quase uma década depois, Bolsa Família ainda está longe da realidade de mais de 26 mil famílias pobres do Tocantins

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O principal programa de transferência de renda do Governo Federal, o Bolsa Família, completou no último dia 20 de outubro, nove anos de criação.

De acordo com o Governo Federal, em 2012, o orçamento do programa chega a casa dos R$ 20 bilhões. São 13,7 milhões de famílias pobres ou em situação de extrema pobreza atendidas pelo Bolsa Família em todo o país.
Segundo o Portal “Brasil Sem Miséria“, do Governo Federal, no Tocantins são 137.560 famílias atendidas pelo programa. Parece muito, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido pelo Estado no sentido de promover uma melhor distribuição de renda.

Isso porque o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBDE) estima que 163.588 mil famílias tocantinenses vivam em condições de extrema pobreza. Os dados referem ao último censo realizado em 2010. O Banco Mundial define a pobreza extrema como viver com menos de 1 dólar por dia. Para ser considerada extremamente pobre ou miserável, a família tem que ter renda per capita de até R$ 70 por mês.

Levando em conta o número de famílias em extrema pobreza no Tocantins e a quantidade de entidades familiares atendidas pelo Bolsa Família no Estado, conclui-se que mais de 26 mil famílias tocantinenses vivendo em situação de miséria não tem acesso ao principal programa de transferência de renda em vigor na atualidade.

A família da dona de casa Jucélia Lourdes de Paiva, de 46 anos, está entre as milhares que não tem acesso ao programa. Ela tem 4 filhos e sobrevive com o salário de R$ 600 mensais do marido, o lavrador Sebastião Pereira, de 49 anos. “Como moro na zona rural e na região não tem assistente social, fica complicado para eu vir até a cidade para me cadastrar no programa. Na verdade, não sei muito bem como funciona também. O que precisa fazer para participar. Acho que deviam facilitar o acesso ao programa, já que tem muita gente humilde que precisa”, explicou.

Quando se trata de outros programas sociais, como o Programa Nacional de acesso ao Ensino Técnico e Emprego, percebe-se que faltam políticas locais de implantação. Das 6.669 vagas ofertadas pelo Pronatec, apenas 1.754 foram preenchidas, o que significa que na maioria dos municípios do Estado o programa ainda não foi implantado.

Sobre o Bolsa Família
Quase uma década depois de criado, o “Bolsa Família” é considerado um dos maiores programas de transferência de renda do planeta.

O programa foi criado através da Medida Provisória nº 132, de 2003, que unificou quatro programas de transferência de renda que existiam anteriormente: Bolsa Escola, Bolsa Alimentação, Cartão Alimentação e Auxílio-Gás. No ano seguinte, a MP foi convertida na Lei 10.836.

Os valores dos benefícios pagos pelo Bolsa Família variam de R$ 32 a R$ 306, de acordo com a renda mensal da família por pessoa.
De acordo com estudos, para cada R$ 1 investido no Bolsa Família, R$ 1,44 retornam para a economia.

 (Portal O Norte)