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Rafinha Bastos vira apresentador bonzinho no ‘Agora é tarde’

Divulgação
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Com a ida de Danilo Gentili para o SBT, Rafinha Bastos assumiu o “Agora é tarde” da Band. A troca de cadeiras é uma mistura de mobiliário antigo com figuras parecidas da TV. Rafinha, que se notabilizou por uma incontinência verbal que lhe rendeu processos e o degredo durante algum tempo, está mais manso. A escolha de Luan Santana, bom garoto sertanejo, para ser entrevistado na estreia (anteontem), colaborou para essa impressão.

O cantor participou de uma competição com o apresentador para determinar quem desabotoava um sutiã mais depressa. Outro “trepidante” momento foi quando ele teve que adivinhar, com os ouvidos tapados, que canção tocava no estúdio enquanto Marco Gonçalves fazia a mímica correspondente. Esses jogos de salão não ficaram à altura do humor inteligente e cáustico de Rafinha. A entrevista como um todo também foi sem graça. Ouvimos perguntas como: “Sua vida é sempre assim, parece que você vive invadindo um banheiro feminino?”. E Luan: “Gosto dos gritos das fãs o tempo todo”. O apresentador retrucou algo na linha: “Minha mulher também grita comigo”. Mais piada de repartição impossível.

Quem queria checar se Rafinha continua afiado pode ter chegado ao fim da atração na dúvida. Mas houve bons momentos. Um deles, quando Gustavo Mendes entrou em cena como Dilma. Ele relembrou o passado do apresentador como comediante que atravessou muitas vezes a linha da cordialidade. Outro ponto alto foi o quadro “Passou na TV”, um formato conhecido de remontagem de cenas da semana, mas vitorioso quando bem feito, como aqui.

Rafinha tem talento e mais repertório que seu antecessor, Gentili. Mas pareceu contido demais. É torcer para que ele vá, ainda que aos poucos, se sentindo mais à vontade para surpreender. “Agora é tarde” estreou de forma correta. Mas desde quando seu apresentador fica nisso?

(Patricia Kogut)