Reportagem da Revista Exame afirma que empresa WTorre já cancelou construção do Shopping Nações em Araguaína
O gigantesco shopping ‘Nações’ que seria construído em Araguaína pelo Grupo Vértico ficou só na terraplanagem e, as chances de ainda sair do papel, são pouquíssimas. Isso porque, segundo reportagem da Revista Exame nº 1054, o empresário Walter Torre, conhecido como um dos homens de negócios mais arrojados do país, resolveu pisar no freio dos investimentos diante da incerteza do sucesso de alguns novos empreendimentos.
A situação se agrava já que a WTorre não tem o capital aberto e usa grande volume de financiamentos bancários para colocar seus projetos de pé.
A situação não anda boa para a WTorre. Com dívida de 1,5 bilhão de reais, dos quais 376 milhões vencem nos próximos 12 meses, a WTorre tem apenas 20 milhões de reais em caixa. A rentabilidade está em queda porque não houve nenhuma grande venda de ativos neste ano. Para reverter o quadro, Torre colocou à venda sua participação de 50% no Shopping JK, um dos mais luxuosos da capital paulista, segundo a Revista Exame.
Araguaína
Na cidade, o Grupo Vértico juntamente com a WTorre, faria um investimento superior a 100 milhões de reais. Em janeiro de 2012 iniciaram-se os serviços de terraplanagem, o provocou uma explosão na abertura de loteamentos naquele que, até então, era o local “mais promissor de Araguaína”, fazendo alusão à construção do Shopping.
O empreendimento teria 150 mil m² de área com 16 mil m² construídos na primeira fase, além da previsão de gerar 1.500 empregos durante a fase de construção e 1.200 empregos diretos. O shopping teria quatro salas de cinema, três lojas âncoras, 101 lojas satélites, sete megalojas, dois restaurantes, praça de alimentação para comportar até 700 pessoas e amplo estacionamento. A previsão de conclusão seria março de 2013. Tudo isso foi amplamente divulgado pelos empresários.
Já os clientes dos loteamentos foram conquistados com a promessa de valorização imediata dos imóveis, por isso, a reportagem da Revista Exame surge como uma bomba e ainda frustação nos planos de milhares de pessoas.
De acordo com a revista, o empresário Walter Torre “moderou a ambição na construção e na administração de shoppings”. Já as dificuldades para negociar com lojistas o convenceram a cancelar a construção de alguns shoppings, como em Sinop, em Mato Grosso, e Araguaína, no Tocantins.
“A riqueza que brota do interior”
Em julho deste ano a Revista Exame também publicou reportagem sobre a “riqueza que brota do interior”, referindo-se às médias cidades, citadas como emergentes, devido à proliferação de shoppings centers. Araguaína foi citada na reportagem na época devido a promessa de instalação de dois grandes shoppings: Araguaína Park (Grupo Skipton) e Shopping Nações (Grupo Vértico).
O investidor
Em sua trajetória, o empresário fechou alguns dos maiores negócios do mercado imobiliário, como a venda da sede do banco Santander, na marginal Pinheiros, em São Paulo, por 1 bilhão de reais, em 2008.
Segundo a Exame, dos desafios enfrentados hoje por Walter Torre, nenhum tem causado tanto barulho quanto a construção de um estádio de futebol para o Palmeiras. Em 2010, ele começou a erguer a arena, com um custo estimado em 350 milhões de reais. A previsão é faturar até 150 milhões de reais por ano com a exploração do estádio a partir de 2014. Mas, antes, a obra precisa ficar pronta.
Em agosto, vendeu um shopping em Bauru por 145 milhões de reais para a operadora Alliansce. Está nos planos também vender o shopping de Limeira, inaugurado em setembro. Foram mantidos apenas quatro projetos em construção. Torre também desistiu do plano de construir 20 hotéis em três anos, numa joint venture com a administradora HSI.
No início de novembro, vendeu a participação na joint venture para o sócio por 115 milhões de reais. O empresário nega que as decisões estejam relacionadas à necessidade de preservar o caixa e diz que foram boas oportunidades.
(AF Notícias)