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Revoltados, acadêmicos do ITPAC em Araguaína, se sentem lesados por falta de programa de financiamento estudantil

Divulgação
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O sonho de ingressar em um curso superior na busca pela realização profissional, tem se tornado um verdadeiro pesadelo para acadêmicos que estudam no Instituto Presidente Antônio Carlos (ITPAC) em Araguaína, pelo menos foi o que relatou um grupo de estudantes do curso de Medicina, que procurou a reportagem do Portal O Norte para denunciar o que eles chamaram de “Propaganda Enganosa”.

A sala do Diretório Central dos Acadêmicos (DCE) foi o ponto de encontro de nossa equipe com os estudantes que relataram durante entrevista, a insatisfação no que diz respeito ao programa Financiamento Estudantil (FIES) anunciado pela faculdade, mas que não está ativo para o ingresso dos alunos.

Os estudantes mostraram à nossa reportagem, o site da instituição onde são divulgados na página inicial, todos os programas de financiamentos que estariam disponíveis para os acadêmicos que necessitam do auxílio de uma bolsa de estudos. Porém, ao efetivarem a matrícula, eles descobriram que a realidade é bem diferente.

Depoimentos

Foi o caso da acadêmica do terceiro período de medicina, Taynara Siqueira de 20 anos, que morava com os pais em Terezina- PI e foi atraída pra participar do processo seletivo da faculdade após verificar no site da instituição, a divulgação do programa de Financiamento Estudantil (Fies) do Governo Federal. “Como eu vi pela internet que a faculdade tinha programas, prestei o vestibular e passei, mas quando cheguei aqui pra fazer a matrícula vi que a realidade era outra e desde que eu entrei, todo semestre é a mesma novela, eles dizem que neste período vai voltar o financiamento, mas não acontece nada, eles ficam só enrolando”, reclama a estudante revelando uma preocupação: “Meus pais têm se sacrificado muito, vendido imóveis, mas tudo tem limite e eu nem sei se vou poder continuar estudando se as coisas não mudarem”, diz a estudante lembrando que os acadêmicos já teriam buscado esclarecimentos junto à instituição, contudo não teriam recebido nenhum retorno sobre a questão.

Sem resposta coerente da Diretoria, assim como a colega Taynara, o estudante de medicina Adriano Oliveira Leão, natural de Porangatu-Go também veio estudar na ITPAC em virtude do anúncio dos programas vistos através da internet no site da instituição. Ele conta que já tem procurado outras faculades que tenham o Fies ativo para efetuar a transferência, mas confessa que não é nada fácil: “Já pedi documentação mas é muito difícil, já tentei ir para Gurupi, Goiás, só que a concorrência é muitas vezes o dobro do vestibular”, diz o estudante afirmando que do seu ponto de vista “O ITPAC está visando apenas o lucro, mas a diretoria precisa se preocupar mais com os alunos, a gente nem consegue estudar direito com essa incerteza se vamos continuar no próximo semestre”, confessa.

O estudante João Manuel de 17 anos, mora em Araguaína, mas assim como os demais colegas, aguarda a abertura do programa de financiamento para continuar estudando: “Todos nós fomos ludibriados, estar num curso sobretudo privado com mensalidades acima de R$ 4 mil reais não é fácil, o reajuste anual daqui é altíssimo, entramos com a mensalidade de R$ 4.243 reais e estamos chegando a quase R$ 4.600 reais em um ano, isso é um absurdo”, protesta o estudante que alegando não ver melhorias na infraestrutura e reclamando da constante falta de professores completa: “O valor da mensalidade não condiz com a estrutura oferecida aos alunos”.

A última aluna a conversar com nossa equipe foi Juliana Oliveira que morava em Mara Rosa estado de Goiás e está no primeiro período de Medicina, e assim como os demais alunos se considera enganada pela instituição: “Prestei vários vestibulares, mas sempre segui com minhas escolhas, o requisito das faculdades que possuíam o Fies como programa de financiamento disponível, no dia da minha matrícula aqui, foi que eles falaram que não tinha Fies e alegaram uma irregularidade junto ao MEC, mas disseram que estavam providenciando as documentações e que o programa reabriria neste período”, lembra Juliana afirmando que com muito receio efetivou a matrícula, mas só descobriu a real situação quando conversou alunos que estão há quase dois anos aguardando o retorno do Fies. “No dia da matrícula, poderia ter desistido, mas não desisti”, lamenta a estudante.

O DCE

Conversamos também com Deyksom Pereira, representante do DCE do ITPAC, segundo ele, já foram enviados vários ofícios através do Diretório, além de abaixo-assinados, solicitando informações sobre a questão, porém, nenhuma resposta plausível e concreta teria sido dada aos estudantes.
Deyksom observa que os estudantes do curso de Medicina são os mais atingidos com o problema, por ser o curso de maior custo e de onde surge o maior número de alunos que procuram o apoio dos programas de financiamento estudantis.

Outros programas

No site da ITPAC outros programas além dos Fies, são divulgados na página inicial. São eles: o Prouni do Governo Federal, Proeducar e Bolsa Universitária, ambos do Governo do Estado e o Crédito Educativo feito em parceria com a prefeitura de Araguaína. Destes, segundo o representante do DCE, apenas o Prouni permanece ativo na instituição.

Dos programas inativos, o único que se tem atualmente uma previsão de retorno nos próximos dias, é o Crédito Educativo, que recentemente provocou uma polêmica discussão sobre a forma irregular como estava sendo efetivado pela gestão municipal anterior e teve que passar por algumas alterações, conforme matérias publicadas no Portal O Norte.

(Portal O Norte)