Servidor do Ibama rebate secretário de Meio Ambiente do Tocantins e gera climão em rede social
Após uma equipe do Governo do Tocantins realizar uma visita in loco à cidade de Lavandeira, com o objetivo de averiguar denúncias de crime ambiental na região das Serras Gerais, sudeste do Tocantins, na divisa com o estado da Bahia, um desconforto com servidores do Ibama no Estado foi gerado na rede social X (antigo twitter).
Isso porque o secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), Marcelo Lelis, postou a seguinte mensagem: “Prepararemos um relatório detalhado e minucioso sobre o problema que será encaminhado ao Ministério do Meio Ambiente e à ministra Marina Silva e ao Presidente do Ibama, também já estamos em contato com o Secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eduardo Sodré, que se colocou à disposição”.
Em resposta à postagem de Lelis, o analista ambiental do Ibama no Tocantins e Diretor da Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do PECMA (Ascema Nacional), Wallace Rafael Rocha Lopes, respondeu diretamente na postagem do secretário de Meio Ambiente do Estado.
“Oi Marcelo. Como lhe informei por telefone ainda na quinta-feira, o Ibama acompanha essa situação há quase um ano e todas as providências preliminares já foram adotadas. A situação chegou ao conhecimento do Ibama dia 30/11/22 por meio de denúncia do MPE-TO. Já na semana seguinte uma equipe do Ibama vistoriou a área e deu início na apuração do caso que resultou na identificação e autuação dos responsáveis. Até o momento, foram lavrados 6 autos de infração totalizando mais de R$ 3 milhões em multa. Uma área de 420 hectares foi imediatamente embargada e notificamos o responsável da propriedade para apresentar o Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas (PRAD)”, explicou o servidor.
“Importa esclarecer que o PRAD foi apresentado e que a sua análise, aprovação e acompanhamento é de responsabilidade primária do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Estado da Bahia, que é o órgão licenciador competente, uma vez que a atividade e a propriedade que deu causa ao problema encontra-se em território baiano. O MPE-TO foi informado de todas as providências adotadas pelo Ibama para que sejam dados os devidos encaminhamentos de punição dos responsáveis também na esfera criminal. Uma equipe de especialistas do Ibama esteve novamente no local na semana passada para avaliar a situação atual. Toda aquela região é sensível e susceptível a erosões, porém a atividade agrícola sem controle no alto da serra tem acelerado bastante esse processo”.
Por fim, o servidor afirmou que, “embora a narrativa veiculada seja outra, o Ibama está bastante adiantado no acompanhamento desse e de outros casos na região”. “Portanto, Ministra Marina Silva e o Presidente do Ibama Rodrigo Agostinho, fiquem tranquilos e contem com os servidores do Ibama aqui do Tocantins, sempre”.
Após a postagem do servidor federal, uma internauta chegou a questionar o secretário Marcelo Lelis: “Engenheiro de obra pronta, seu Marcelo?”, a qual foi respondida pelo secretário: “Quem nos dera se a obra estivesse pronta, sempre penso que devemos trabalhar em conjunto…”
O caso
De acordo com as denúncias, a área degradada nas Serras Gerais é de aproximadamente 3 mil hectares e foi causada por atividades agrícolas sem controle, como desmatamento e queimadas. A degradação da área teria provocado erosões e deslizamentos de terra, que ameaçam a população local e o meio ambiente. O Ibama e o Ministério Público do Tocantins (MPE-TO) estão investigando o caso.
Fonte: AF Noticias