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Sindicato dos bancários do Tocantins decide encerrar a greve

Divulgação
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Em assembleia realizada na noite desta sexta-feira (11), os bancários decidiram pelo fim da greve, que começou no dia 19 de setembro. Segundo o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Tocantins (Sintec), Crispim Batista Filho, 69,4% dos votos em assembleia optaram pelo fim da greve.

De acordo com o presidente, muitos não aprovaram o término da paralisação. “Não era a proposta que queríamos e merecíamos, mas foi o que conseguimos durante as negociações. A proposta de aumento foi pouca, perto do lucro que os bancos faturam. De qualquer forma não tem como a gente continuar com a greve”, observou.

A assembleia foi feita pelos bancários das cidades de Palmas, Araguaína e Gurupi. Filho explicou que a decisão vale para todo o estado e que a partir de segunda-feira (14), os serviços estarão funcionando normalmente.

Negociação
A proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), segundo a Contraf-CUT, são 8% de reajuste (1,82% de aumento real); 8,5% (2,29%) de reajuste para o piso da categoria, e compensação pelos dias parados pela greve de até uma hora por dia (entre segunda e sexta-feira) até o dia 15 de dezembro.

Prejuízos
O Procon orienta os correntistas a pedirem indenização nos dias de greve. De acordo com o assessor jurídico do Procon Franklin Rodrigues, caso haja qualquer tipo de prejuízo, o correntista primeiramente deve provar que houve a recusa no atendimento da sua demanda e levar as provas ao órgão.

“O Código de Defesa do Consumidor informa que o serviço deve ser feito com eficiência, qualidade e ter uma continuidade. Estes serviços bancários não devem ser interrompidos em momento algum. Agora, em virtude da greve, se estes serviços estiverem interrompidos, as agências bancárias vão ter que arcar com os prejuízos”, diz o profissional.

Segundo Rodrigues os pensionistas são os que mais sofrem com a greve. “Os salários não chegam, eles não conseguem receber seus rendimentos então o prejuízo, além de material, é moral por causa do constrangimento de não terem dinheiro para pagar suas contas em dia”, explica.

Quanto ao pagamento das contas, o consumidor também precisa ficar atento ao prazo de vencimento, já que a greve não o isenta de pagar juros e multas. “O devedor tem que procurar o credor e verificar um canal alternativo de atendimento. Existem as casas lotéricas e os correspondentes bancários, que estão funcionando, mas se não puder fazer o pagamento na data certa, o consumidor deve anotar o protocolo de atendimento antes do vencimento e depois pedir a insenção de multas e juros”, recomendou o assessor.

Agência da Caixa Econômica Federal em Araguaína amanheceu com faixas informando sobre a greve (Foto: Marcos Humberto/TV Anhanguera)
Agência da Caixa Econômica Federal em Araguaína
amanheceu com faixas informando sobre a greve
(Foto: Marcos Humberto/TV Anhanguera)

Paralisação
No Tocantins a greve começou com 110 agências paralisadas. O número caiu para 93 após os bancos Itaú e Bradesco entrarem com recurso na Justiça do Trabalho. O HSBC fez o mesmo, e restaram 78 agências em greve, todas de bancos públicos.

A proposta inicial da Fenabam era de 6,1% de aumento. Com a rejeição dos bancários a oferta subiu para 7,1% e também foi rejeitada.

Entenda
Os bancários do Tocantins reivindicavam um aumento salarial de 11,9% que, segundo o sindicato, corresponde a 6,9% de inflação acumulada, mais 5% de produtividade. Eles também cobravam salário refeição, cesta alimentação, 13º salário refeição e 13ª cesta alimentação de R$ 680 cada.

De acordo com o presidente do Sintec, Crispim Batista Filho, as metas cobradas pelos bancos são abusivas e os trabalhadores sofrem de assédio moral, o que precisa ser acompanhado com mais rigor pelas empresas e que é outra reivindicação dos bancários. “Nós pedimos para que os bancos reduzam um pouco as metas cobradas porque os funcionários fazem de tudo, até mesmo horas extras, e muitas vezes não conseguem atingir essas metas.”

(G1)