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Siqueira diz que seu governo “não é de desonestos” e que renunciaria se alguém provasse entendimento com Cachoeira

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Durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira, 20, após solenidade de promoção de policiais militares, o governador Siqueira Campos (PSDB) comentou o caso Cachoeira e Delta. Ele afirmou ter um governo honesto e desafiou, quem queira, a provar algum envolvimento dele com o contraventor Carlinhos Cachoeira. “Eu renunciaria ao meu mandato se alguém provasse, mesmo de leve, que eu tive qualquer entendimento com ele [Cachoeira] ou que assinei qualquer contrato que beneficie desse ou daquele jeito”, disparou o governador, afirmando que “o governo Siqueira Campos não é um governo de desonestos”.

O governador afirmou que nunca recebeu dinheiro de Cachoeira para a campanha política e que jamais aceita dinheiro de campanha para beneficiar empresas. “Quem doou foi de acordo com a Justiça Eleitoral, sem qualquer compromisso nosso. Ele [Cachoeira] pessoalmente não acredito que o tenha feito. Empresas que dizem ligada a ele pode até ter feito, mas eu não pedi e eu não faço compromisso com ninguém que contribuir para a campanha”, afirmou. O governador ainda desafiou: “Desafio a qualquer pessoa que possa trazer uma demonstração que fira a minha dignidade”.

Questionado sobre ter se encontrado com o contraventor em Goiânia, Siqueira foi curto: “Me apresentaram. Eu falei muito prazer até logo, somente”, explicou. Segundo o governador o encontro aconteceu durante uma visita feita ao suplente de senador Ataídes de Oliveira (PSDB), no edifício Excalibur, onde Ataídes e Cachoeira possuem, cada um, um apartamento.

O governador ainda negou que tenha feito qualquer contrato com a Delta ou tentado beneficiar qualquer empresa ligada ao contraventor. “Eu não tenho nenhum contrato com a Delta. Eu apenas posso ter assinado ordem de serviço decorrente de contratos assinados antes [governo anterior], que era o meu dever. O que foi feito, foi feito dentro da lei”, afirmou o governador.

Portaria de emergência
A Delta foi beneficiada também no governo Siqueira Campos pela portaria que decretou emergência nas rodovias estaduais e, assim, foi contratada, sem licitação, para recuperação das estradas do Tocantins. A Delta ficou com um contrato de R$ 14.695.596,17 para obras em Paraíso. Inclusive, o MPE ingressou com uma Ação Civil Pública contra a portaria no dia 3 de agosto do ano passado.

O promotor Adriano Neves defendeu na ação que a má conservação das estradas, “por descaso do poder público”, não é justificativa para a contratação de empresas sem a devida licitação. Ainda mais, fez questão de destacar o promotor, porque as empresas beneficiads são, segundo relatórios de prestação de contas fornecidos pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), doadoras de recursos para a campanha de Siqueira Campos em 2010.

A Delta ainda é uma das empresas que se propuseram a doar recursos para o que o governo chamou de um ambicioso projeto de modernização da gestão pública estadual, junto com outras, também em sua maioria, doadoras da campanha do governador. O projeto, anunciado em julho do ano passado, estava orçado em R$ 2,7 milhões.

(CleberToledo)