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Sistema Penitenciário pressiona Governo por direitos e ameaça inclusive greve no Tocantins

Agentes do Sistema Penitenciário do Tocantins cobram a efetivação de direitos trabalhistas por parte do Governo do Estado e ameaçam deflagrar greve caso as reivindicações não sejam atendidas.

A situação preocupa, principalmente, após a rebelião registrada no Centro de Recuperação Regional de Altamira, no Pará, nesta semana. O número de presos mortos já chegou a 62.

Os servidores afirmam que estão trabalhando há mais de dois anos sem que o Governo pague direitos garantidos por lei, como adicional noturno, horas extras e adcional de periculosidade.

Durante esse tempo nós já tentamos negociar com o Governo de todas as formas para recebermos o que a lei nos garante e pelo trabalho que prestamos, mas o Governo ou protela ou nos nega esse direto. Devido a isso, a classe está impaciente, está estudando até mesmo a possibilidade de uma greve para ser atendida”, declarou Janivaldo Rocha, conhecido como Professor Janivaldo.

Outro servidor pontuou a falta de reconhecimento do governo, apesar da periculosidade da profissão. “Trabalhamos na 2ª pior profissão do mundo em termos de risco à vida, ficando atrás apenas dos mineradores, mas ainda assim não somos valorizados. Atuamos em uma área de fundamental importância para o sistema de segurança pública, enfrentando as agruras do cárcere e é lá o destino de todas as prisões realizadas pelas polícias civil e militar, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Guarda Metropolitana, mas, apesar de toda essa responsabilidade, somos a categoria do sistema de segurança pública do Tocantins que recebe o menor salário”, disse Eudes Marques.

Na tentativa de solucionar o impasse, as duas associações que representam o Sistema Penitenciário do Tocantins – Prosispen/TO e Assispen/TO- reuniram-se, na última segunda-feira (29), com os secretários de Cidadania e Justiça, Heber Fidelis, e o da Casa Civil, Rolf Costa Vidal.

Já em outras reuniões os profissionais ouviram que o Governo está estudando a disponibilidade financeira para atender as reivindicações dos servidores, além de tentar dar celeridade na elaboração de um estatuto próprio para o Sistema penitenciário.

Durante as reuniões, o Governo demonstrou interesse em atender as demandas, mas ainda assim, vamos continuar mobilizados até termos algo palpável, concreto. Esperamos por dois anos por uma solução e isso é muito tempo sem nenhuma luz no fim do túnel”, disse o presidente da Prosispen/TO, Wilton Angelis.

Há a previsão de que ocorra uma nova reunião da categoria com o governo no fim da próxima semana. Enquanto isso, os servidores vão organizar uma assembleia geral para estudar em conjunto a melhor forma de lidar com essa problemática.

Fonte: AF Noticias