Estado

Sobrevivente diz que criança tentou fugir dos assassinos e foi agarrada pelos cabelos antes de levar um tiro na nuca

goteEles são inocentes e nós esperamos ter a oportunidade de provar isso”, foi assim que começou a entrevista de Fabianny Costa Rodrigues, advogada dos irmãos Oranilton Pereira dos Santos e Claudemario Pereira dos Santos, presos em Goiás na última terça-feira (16), suspeitos de executarem cinco pessoas da mesma família no Norte do Tocantins no mês passado.

Segundo a advogada, os dois tomaram conhecimento das acusações através de familiares e se apresentaram espontaneamente em uma delegacia de Posse, interior de Goiás, para prestarem depoimento sobre o caso. na terça-feira, Oranilton foi ouvido e liberado, logo depois Claudemario foi ouvido e enquanto prestava depoimento chegou um mandado de prisão temporária contra os dois. “Quando soube da prisão do irmão, Oranilton voltou novamente e se apresentou na delegacia de forma espontânea”, disse a advogada garantindo que seus clientes são inocentes: “Eles não fizeram isso e com certeza sentiram a morte de seus familiares, principalmente do sobrinho”.

A delegada Simone Melo, que acompanha o caso, confirmou que os suspeitos negam a autoria do crime, no entanto, a sobrevivente que em seus primeiros depoimentos achava que os irmãos eram os autores mas tinha medo de denunciá-los, depois que soube que eles foram presos, compareceu novamente a uma delegacia e afirmou categoricamente que foram eles os executores da chacina. À polícia, a testemunha ocular também relatou um dos momentos mais difíceis de ser narrado: “Ela contou com riqueza de detalhes que a criança de cinco anos tentou fugir dos assassinos depois do capotamento. Ela saiu correndo e foi segurada pelos cabelos por um deles, equanto o outro deu o tiro na nuca. Fato que também teria sido contado por eles a um outro parente”, disse a delegada destacando que nos laudos da perícia o menino não apresentava nenhuma lesão por conta do acidente: “Ela morreu por causa do tiro”.

A57b70297f386aCom a prisão temporária decretada, os suspeitos permanecerão à disposição do Judiciário por 30 dias, prorrogável por mais 30. Segundo a delegada, este é o prazo em que deve ser concluído o inquérito e na sequência oferecida a denúncia contra os dois que por se tratar de crime hediondo, deverão enfrentar o tribunal do júri em Wanderlândia, já que o crime aconteceu nesta cidade.

Entenda

A chacina aconteceu no último dia 25, na BR-153, próximo à Wanderlândia, Norte do Tocantins. Segundo uma sobrevivente, após ser atingido por tiros, o motorista Alan da Silva perdeu o controle do carro, invadiu a pista contrária e capotou. Logo depois, os homens armados se aproximaram das vítimas e efetuaram a execução dos ocupantes do carro.

Depois da chacina, cinco pessoas entre elas uma criança foram encontradas mortas no local e apresentavam sinais de tiros pelo corpo. As vítimas fatais foram identificadas como: Alan da Silva, de 30 anos; Sidiney Pereira dos Santos, idade não informada; Wesley Alves da Silva, de 25 anos; Deuzenir Alves da Silva, de 60 anos, e um menino de cinco anos.

Liliane da Silva e o filho Enzo Henrique, de dois anos, escaparam com vida do massacre porque a mulher se fingiu de morta e tapou a boca da criança.

(Portal O Norte)