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Subiu para 25 o número de pessoas atendidas no Hospital Correia Picanço, no bairro da Tamarineira, na Zona Norte do Recife, que relataram terem sido agredidas com seringas de agulha durante o carnaval em Pernambuco. As informações foram repassadas, nesta quarta-feira (6), por meio de nota, pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). (Veja vídeo acima) Na terça-feira (5), a secretaria enviou uma primeira nota, informando que, desde o sábado (2), dez pessoas tinham sido atendidas na unidade, relatando as agressões. De acordo com a pasta, todas receberam medicamentos contra doenças infectocontagiosas. Nesta quarta, o diretor do Hospital Correia Picanço, Thiago Ferraz, informou que, dos 25 casos notificados até o momento, 15 envolvem mulheres, entre 17 e 46 anos. Essas ocorrências foram registradas entre o sábado e esta quarta de manhã. Segundo os relatos, as pessoas apresentavam lesões na pele, nos braços, no ombro e nas costas. Elas contaram que as agressões ocorreram no desfile do Galo da Madrugada, no Bairro do Recife, em Olinda e em outros locais da Região Metropolitana. O diretor da unidade disse, ainda, que é preciso observar as pessoas que relataram as agressões. “Elas vão tomar o coquetel para evitar o HIV, durante 28 dias, e depois voltarão ao hospital para uma reavaliação”, afirmou. Segundo Ferraz, os maiores riscos são de transmissão de HIV e hepatites virais. “Em relação ao HIV, a pessoa tem até 72 horas para receber o medicamento para evitar a contaminação”, acrescentou. Vítima A secretária-executiva Divonete Oliveira procurou o Correia Picanço, nesta quarta, para tomar a medicação. Ela relatou à TV Globo que foi picada durante os festejos no Bairro do Recife. Divonete disse que estava procurando o marido, no meio da multidão, quando sentiu uma picada no braço direito. “Era uma picada fina, de agulha fina”, afirmou. A mulher contou que, a princípio, não se preocupou com o fato, mas quando viu a repercussão do caso nas redes sociais, decidiu procurar o hospital. “Eu vi um rapaz de uns 18 anos depois de sentir a picada. Ele ficou olhando para mim e saiu”, declarou. Hospital Correia Picanço fica na Zona Oeste do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo Hospital Correia Picanço fica na Zona Oeste do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo Hospital Correia Picanço fica na Zona Oeste do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo Prevenção Na nota desta quarta-feira, a secretaria ressaltou que todos os pacientes foram liberados após o atendimento. Antes, no entanto, tomaram medicamentos que são ministrados para prevenção ao vírus HIV. A secretaria disse, ainda, que, segundo os relatos repassados pelas próprias vítimas, “as autoridades policiais não chegaram a ser acionadas”. A pasta orientou que essas pessoas devem procurar as delegacias, já que as investidas podem ser tipificadas como crime. Por fim, a secretaria destacou que os registros estão sendo monitorados, durante 24 horas por dia, no Centro Integrado de Operações Conjuntas da Saúde (Ciocs). Uma equipe de gestores, conforme a SES, acompanha as ações por meio de painéis, permitindo agilidade na compilação de dados, além de agrupar número de atendimentos e doenças de notificação compulsória. O trabalho funciona por meio do software de Ambiente de Monitoramento de Risco (Amber), que produz relatórios em tempo real com os dados gerados nos serviços de saúde. A Polícia Civil confirmou que, até esta quarta de manhã, não tinham sido registradas queixas em delegacias.

O senador cassado pediu para trabalhar em uma imobiliária que não faz parte do grupo de empresas dele. Agora, a Justiça precisa autorizar o novo emprego.

Com a ida do regime fechado para o semiaberto, o senador cassado Luiz Estevão volta para a ala de vulneráveis do Centro de Detenção Provisória (CDP). É esta unidade que o político é acusado de ter pago para reformar enquanto ficou preso no local, em 2016.

Pela decisão da juíza Leila Cury, da Vara de Execuções Penais (VEP), o empresário deixa a Penitenciária do Distrito Federal (PDF 1) – onde estava lotado – com direção ao velho endereço. Os dois presídios fazem parte do Complexo da Papuda.

Segundo o advogado dele, Marcelo Bessa, a unidade é específica para presos do semiaberto que podem correr risco se misturados a outros presos.

Agora, Luiz Estevão poderá cumprir trabalho externo, com a condição de voltar ao presídio à noite. Também terá direito aos “saidões” – as saídas temporárias.

Promotores comparam ala reformada onde Luiz Estevão cumpre pena (esquerda) e outro ambiente da mesma unidade — Foto: Ministério Público do DF/Divulgação

Promotores comparam ala reformada onde Luiz Estevão cumpre pena (esquerda) e outro ambiente da mesma unidade — Foto: Ministério Público do DF/Divulgação

Imobiliária

Dono de construtoras e até de um time de futebol, Luiz Estevão pediu para trabalhar em uma imobiliária que não faz parte do grupo de empresas dele. Agora, a Justiça precisa autorizar o novo emprego.

No entendimento do advogado, não haveria problema em Luiz Estevão trabalhar em uma empresa própria. No entanto, o assunto não é consenso no meio jurídico.

“Para não ter nenhum tipo de questionamento, foi a opção dele [de trabalhar em uma empresa com outro patrão].”

Segundo Marcelo Bessa, o cliente dele não tinha recebido autorização de trabalho externo – e portanto não tinha deixado o presídio – até a manhã desta quarta-feira (6).

Pena de 26 anos

Luiz Estevão foi condenado a 26 anos de prisão por fraudes na construção do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) de São Paulo. No entanto, ficou no regime fechado 2 anos, 11 meses e 21 dias.

Segundo a Justiça, ele conseguiu reduzir a pena por meio de cursos (como de mecânico, pedreiro e de inglês) e trabalhando (entregando e recolhendo marmita ou ajudando na biblioteca).