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Superlotação e falta de insumos voltam a ser alvo de reclamações no HGP: ‘O dia todo sem trocar curativo’

A superlotação e a falta de insumos básicos voltaram a ser alvo de reclamações dentro do Hospital Geral de Palmas, maior unidade pública do estado. Os corredores estão cheios de pessoas internadas de forma improvisada porque não há leitos disponíveis. Em agosto pacientes precisaram fazer uma vaquinha para comprar material de curativo e o problema continua.

O Wanderson da Silva que está há 15 dias no local e fez um desabafo. “Não tem nem um álcool em gel para passar na minha perna, fazer um curativo. Não tem faixa, não tem nada”, disse o operador de máquinas.

Há relatos de falta de insumos em vários departamentos. O Leonardo Reges Damaceno está na ala de ortopedia. “O básico para tratamento de machucado, gases, faixa, está faltando muita coisa. Fiquei o dia todo sem trocar o curativo por conta disso”, disse.

A Greiciele Rodrigues Costa está com o filho de quatro anos internado. “Dentro destes dias que a gente está aqui ele se contaminou com a Covid-19, sem contar a falta de remédios e alguns equipamentos que estão faltando aqui dentro do hospital. Quando foi tomar remédio para gases eu tive que comprar o remédio. Eu tive que comprar esparadrapo porque aqui não está tendo”, disse.

Corredor de hospital está lotado com pacientes — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Corredor de hospital está lotado com pacientes — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

As reclamações são reforçadas pelos funcionários, que sentem dificuldades de trabalhar sem itens básicos como álcool em gel e máscaras. “No HGP está faltando de tudo, inclusive álcool em gel para que os servidores possam fazer higienização das mãos. Os servidores estão tendo que comprar álcool em gel e estão entregando somente duas máscaras para usar durante o plantão de 12 horas.”

Apesar da reclamação de falta de insumos ser recorrente. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) insiste em dizer que a falta no estoque é pontual.

“Existem umas ações nas quais foram inclusive determinado bloqueio, uma ação da oncologia que recentemente determinou bloqueio para compra de medicamentos. Nas demais ações a Defensoria busca a regularização e vem acompanhando de perto a situação para que se possa resolver de vez a falta de medicamentos e melhorar a saúde pública”, disse o coordenador do Núcleo Especializado de Defesa da Saúde, Freddy Alejandro Solórzano Antunes

O que diz o estado

 

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) afirmou que o Hospital Geral de Palmas (HGP) é uma unidade porta aberta do Sistema Único de Saúde (SUS) e referência para média e alta complexidade para todo o Tocantins, além de receber pacientes dos estados do sul do Pará e do Maranhão, como também leste do Mato Grosso e oeste da Bahia.

A SES destaca que pelos motivos acima citados, a unidade hospitalar opera atualmente com superlotação, principalmente em razão dos pacientes regulados e transladados pelos municípios que, infelizmente, não tem condições de atender as demandas existentes.

A SES pontua que nesta quinta-feira (2) o secretário executivo da Pasta, Quesed Ayres reuniu-se com a promotora de Justiça, Araína D’Alessandro, onde foi discutido um sistema de regulação para entrada no HGP, com o objetivo de amenizar a superlotação e agilizar a realização das cirurgias eletivas. Tal sistema está em estudo e será regularizado com parceria do Ministério Público Estadual.

A SES enfatiza que todas as unidades hospitalares geridas pelo Executivo Estadual estão abastecidas de equipamentos de proteção individual (EPI’s), com estoque para uso de forma racional. Sobre os demais itens citados, o fornecedor atrasou a entrega, porém o problema já foi regularizado e o material já está sendo encaminhado para os hospitais.

Sobre os pacientes mencionados, a SES esclarece que todos estão recebendo o atendimento necessário aos seus quadros clínicos, enquanto a gestão trabalha para atender as suas respectivas necessidades.

Fonte: G1 Tocantins