Suspeito de furto fica preso em pátio de presídio no TO por falta de vagas

Dois homens foram presos nesta segunda-feira (23) suspeitos de furtarem um supermercado localizado em Araguaína, no norte do Tocantins. André Luis Carvalho, de 38 anos, e Gilson Noé da Silva, de 31 anos, foram detidos quando tentavam fugir com uma mochila que tinha cerca de R$ 90 mil. No entanto, quando foram apresentados à Polícia Civil e depois encaminhados para a Casa de Prisão Provisória da cidade (CPPA), apenas André Luis foi levado para dentro de uma das celas da unidade. O outro ficou detido no pátio, sob a custódia da Polícia Militar.

O limite de presos na CPPA é de 150. Uma decisão da Justiça impede que a unidade acolha um número superior a esse, para não haver superlotação. Como no presídio já havia 149, apenas André Luis foi recebido dentro do prédio. Gilson ficou algemado do lado de fora sob a responsabilidade de policiais militares, uma vez que os agentes penitenciários estão em greve há quase um mês.

A Secretaria de Defesa e Proteção Pessoal (Sedeps), afirmou que para solucionar o problema da falta de vagas no sistema penitenciário e prisional do Tocantins, o órgão “tem realizado gestões junto ao Governo Federal para dar celeridade ao processo de construção da Unidade Prisional Serra do Carmo, em Palmas, cujas obras devem ser iniciadas ainda este ano”. Mas não disse quais medidas serão adotas para abrigar o detento que ficou detido no pátio da unidade.

O crime
O furto aconteceu na madrugada desta segunda-feira. De acordo com a PM, por volta das 2h27 uma testemunha chamou a polícia após perceber a presença de dois homens dentro do supermercado, que fica localizado no setor Dom Orione. Ao chegar no local, os militares precisaram perseguir a dupla, que tentou fugir por cima dos telhados das casas que ficam próximas ao estabelecimento. Neste momento, André Luis destelhou um dos imóveis e acabou caindo. Segundo a PM, na queda ele sofreu ferimentos nas costas e nas costelas.

Gilson foi detido momentos depois. A corporação informou que ele estava com um corte na mão direita, provocado pelo arrombamento do telhado do estabelecimento, que é construído de zinco. Com os dois suspeitos os militares encontraram uma mochila contendo R$ 78.341 em dinheiro e R$ 9.739 em cheques de clientes, o que dá um total de R$ 88.080. Também foram apreendidos um alicate, três seguetas, uma corda, uma tesoura, quatro folhas de cheques em branco, e um cartão de banco.

Por causa dos ferimentos, a dupla foi levada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade para os primeiros socorros. Depois eles foram levados para a Delegacia de Polícia Civil, autuados por furto e encaminhados para a CPPA.

Greve
Os policiais civis estão em greve por tempo indeterminado desde o dia 25 de fevereiro. Eles cobram do governo a equiparação salarial que teria sido concedida ainda em 2007. A medida foi regulamentada em abril de 2014, através da Lei 2.851 e cancelada no dia 11 de fevereiro deste ano através de decretos publicados no Diário Oficial do Estado (DOE). Em todo o Tocantins, de acordo com o Sinpol-TO, são aproximadamente 1,6 mil policiais em greve. Na última sexta-feira (20) após tentativa de acordo com o governo, a categoria decidiu manter a greve e o Estado informou que só retomará as negociações após o fim da paralisação.