Tendo uma relação pouco amistosa com vereadores e aliados, ‘crise na base’ pode ser o próximo capítulo da gestão Dimas
Dizem que onde há fumaça, há fogo. Nem que seja apenas o início do que poderá ser, futuramente, um incêndio. Esse velho ditado pode fazer com que alguns líderes políticos comecem enxergar, com preocupação, um fenômeno que tão logo poderemos chamar de “crise na base aliada do prefeito Ronaldo Dimas”.
Em pouco mais de sete meses alguns contratempos já marcam a relação prefeito, vereadores da base e aliados de um modo geral. Nos bastidores existe uma grande insatisfação daqueles representantes dos 17 partidos que aderiram à causa de Ronaldo Dimas em 2012. Desses, uns foram contemplados, alguns privilegiados, enquanto outros ainda estão a ver navios.
Nesse cenário surgiram as primeiras críticas e descontentamentos que fez, inclusive, com que três partidos aliados declarassem oposição ao novo governo municipal: PDT, PRP e PMN. Outros até gostariam de fazer o mesmo, mas falta coragem e sobra esperança de ainda ser contemplado.
No Legislativo, Ronaldo Dimas tem 14 dos 17 parlamentares. No primeiro semestre, inúmeros Projetos de Lei do Executivo foram encaminhados ao parlamento. Durante a apreciação das matérias, alguns desses projetos foram retirados de pauta para “amadurecer” o assunto. Nos bastidores a explicação era outra: para convencer o prefeito a receber os vereadores para reuniões e atender algumas demandas.
Ainda durante as votações outras evidências dessa crise surgiam expressando a falta de diálogo até mesmo com o líder do prefeito, vereador Terciliano Gomes (PV).
Já com uma relação pouco amistosa, ainda se ouve dizer por ai que Ronaldo Dimas não precisa de vereador para administrar, imagine de presidentes de partidos.
Para piorar ainda mais a situação, o “café com a imprensa”, na última sexta-feira (2) serviu para assegurar que Dimas é independente. O café foi um momento para estreitar o relacionamento com os profissionais de comunicação e apresentar um balanço dos sete meses de gestão [obras em andamento, projetos e recursos empenhados]. Acontece que nem mesmo o líder do prefeito, Terciliano Gomes, e o presidente da Câmara, Marcus Marcelo, marcaram presença. Motivo: não foram convidados.
Acontece que aos poucos o Legislativo vem dando umas alfinetadas no prefeito mostrando que também é independente. Primeiro quando afirmou que era inconstitucional o Decreto que limitava o horário de funcionamento dos bares e restaurantes. Segundo quando promulgou quatro projetos de leis que o prefeito não sancionou, e nem vetou, no prazo legal.
Com todo esse quadro que se desenha, fontes políticas já apostam que Terciliano Gomes deixe tão logo a liderança do prefeito na Câmara. Por outro lado, mas não diferente, tem vereador da própria base que tenta há dois meses uma reunião com o prefeito e não consegue.
Perante tudo isso, uma “crise na base” pode ser o próximo capítulo da gestão Ronaldo Dimas.
(AF Notícias)