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‘Tentamos uma, duas, três, quatro vezes, até solucionar o caso’, conta perito criminal do Tocantins

O Brasil comemora o Dia do Perito Criminal Oficial em 4 de dezembro, em homenagem a Octacílio de Souza Filho, perito que veio a falecer enquanto cumpria seu ofício investigativo em Minas Gerais. No Tocantins, a Secretaria da Segurança Pública dispõe em seu quadro de servidores de mais de 200 peritos oficiais em atividade.

O fato ocorrido em Minas demonstra bem o compromisso que os peritos criminais têm para garantir que a justiça seja cumprida, como é o caso do perito tocantinense, Raimundo Nonato Cabral dos Santos ou apenas “Perito Nonato”, como é conhecido. Nascido em Imperatriz, no Maranhão, Nonato veio para o Tocantins com o objetivo de estudar e passar em um concurso público. E assim o fez. Passou em três certames e escolheu a perícia, segundo ele, por instinto. “Quando passei no concurso, eu não sabia exatamente o que a perícia fazia. Mas a partir do momento em que comecei a trabalhar na área também comecei a me apaixonar pela profissão”, conta.

Por meio de análise científica biológica, química e/ou física de vestígios deixados na cena de um crime, o perito busca esclarecer da melhor forma possível os fatos criminais ocorridos para que a justiça seja cumprida. De acordo com Nonato, a perícia não pode deixar dúvidas: “Ou é ou não é.”

Na perícia há 28 anos, Nonato já foi perito plantonista por dez anos, se especializou em acidentes de trânsito e hoje atua na inspeção veicular. “No plantão eu era uma espécie de clínico geral, fazia de tudo. Mas assim que as delegacias especializadas foram criadas, eu me especializei em acidentes de trânsito”, explicou.

Há tantos anos na profissão, Nonato tem muita história para contar. Uma marcante, segundo ele, é sobre um acidente que ocorreu próximo a cidade de Pugmil, envolvendo vários veículos. “Foram dois ônibus, dois caminhões e dois carros pequenos. E nós conseguimos, por meio dos métodos periciais, fazer a dinâmica conforme o fato havia ocorrido”, lembra.

Ao ser questionado sobre os desafios da profissão, Nonato é enfático ao responder. “É o meu limite! Tentamos uma, duas, três, quatro vezes, até conseguirmos solucionar o caso.” E sobre os momentos da perícia, ele também não exita em dizer que a contribuição com a comunidade é a melhor parte do trabalho. “Você trabalha, estuda e sempre busca mais conhecimento para ajudar o próximo, a sociedade. Essa é a coisa boa da perícia.”

Já próximo da aposentadoria, o perito Nonato ainda tem dúvidas se quer mesmo se aposentar quando cumprir os anos de contribuição. “Eu amo o que faço. Não sei se vou ficar na inatividade quando chegar o tempo.” E para os mais jovens que querem ingressar na perícia criminal, ele tem um conselho. “Tem que estudar bastante. O recurso financeiro importa, claro, mas você tem que gostar de ser perito. Assim você vai ajudar a sociedade com o seu serviço”, afirma Nonato.

Nonato é um dos 206 peritos oficiais do Estado do Tocantins em atividade, sendo 151 peritos criminais e 55 peritos médicos legistas, que trabalham diariamente para a manutenção do estado democrático de direito, usando a ciência como forma de assegurar o direito à prova.

(Ana Luiza Dias/Governo do Tocantins)

Fonte: AF Noticias