Tribunal de Justiça decide levar a júri popular os quatro suspeitos da morte do advogado Danilo Sandes
O Tribunal de Justiça do Tocantins decidiu também levar a júri popular o policial militar Rony Macedo Alves Paiva pelo assassinato do advogado Danilo Sades. O crime aconteceu em 2017 em Araguaína, no norte do Tocantins. Em 2018 a Justiça decidiu que os três outros suspeitos do crime seriam julgados por homicídio. Na época, o PM foi absolvido e teve a prisão revogada porque o juiz de primeiro grau entendeu que não havia provas suficientes. Nenhum dos réus foi julgado até agora.
Segundo o Ministério Público, a decisão do primeiro grau foi reformada nesta quarta-feira (16) pela 1ª Turma Julgadora da 2º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Tocantins, em sessão virtual, após recurso apresentado pelo MPE. O G1 ainda tenta contato com a defesa de Rony Macedo.
Além de determinar que investigado vá a Júri Popular, a nova decisão também reconheceu que o crime foi praticado por milícia privada ou grupo de extermínio. Com isso, caso sejam condenados, os três supostos executores do crime poderão ter a pena aumentada até a metade.
O advogado foi morto no final de julho de 2017 por causa de uma disputa por uma herança de R$ 7 milhões. A morte da vítima teria sido encomendada pelo farmacêutico Robson Barbosa da Costa, de 32 anos, segundo apontaram as investigações da polícia na época. Ele era cliente do advogado e parte em uma ação de inventário.
A investigação revelou que o crime foi executado pelo ex-PM Wanderson Silva de Sousa e o PM João Oliveira Santos Júnior, além de Rony Macedo. Todos vão responder por crime de homicídio triplamente qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.
Conforme a denúncia do MPE, Rony Macedo é conhecido por ser pistoleiro e integrante de grupo de extermínio. Ele supostamente foi contratado por Robson Barbosa para que intermediasse a contratação de outros comparsas, também policiais militares, para a execução do advogado.
Entenda o caso
Suspeitos de envolvimento na morte de Danilo Sandes durante audiência — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Robson Barbosa da Costa, Wanderson Silva de Souza, Rony Macedo Alves Paiva e João Oliveira Santos Júnior foram indiciados pela Polícia Civil em novembro de 2017. O farmacêutico é apontado como mandante e os militares como executores.
Os investigadores apontaram que Robson tenha decidido matar Danilo após ele se recusar a participar de uma fraude. Danilo representava Robson na disputa por uma herança de R$ 7 milhões e não quis ajudar o farmacêutico a esconder parte do dinheiro dos outros herdeiros.
Conforme o MPE, o descontentamento de Robson ocorreu durante o acerto dos honorários advocatícios. Danilo ingressou com ação judicial cobrando a dívida e obteve decisão que o obrigou o farmacêutico a vender um caminhão para quitar a dívida.
A partir daí, Robson teria passado a arquitetar a morte de Danilo. Segundo o MPE, Rony Macedo Alves Paiva foi o intermediário que contratou os dois pistoleiros, Wanderson Silva da Sousa e João Oliveira Santos Júnior, para executarem o advogado. Pelo crime, os policiais receberiam R$ 40 mil.
O advogado teria sido atraído com o pretexto de que queriam fazer um inventário no valor de R$ 800 mil, além de imóveis e gado na região de Filadélfia. No dia 25 de julho de 2017, Danilo Sandes marcou encontro com militares entrou no veículo deles para que pudessem ir até Filadélfia.
No percurso, os pistoleiros deram dois tiros na nuca de Danilo e esconderam o corpo em um matagal. A vítima só foi localizada dias depois pelo morador de uma fazenda.
Fonte: G1 Tocantins