DestaqueEstado

Vacina contra chikungunya mantém 98% de proteção após 1 ano e promete revolução na saúde

A vacina contra chikungunya, desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Valneva, trouxe uma nova esperança no combate à doença. Um estudo de Fase 3, publicado na revista científica The Lancet, revelou que 98,3% dos adolescentes vacinados mantiveram a imunidade contra o vírus um ano após a aplicação. Essa descoberta é um marco importante na luta contra as arboviroses, especialmente em regiões endêmicas do Brasil.

Os ensaios clínicos, conduzidos com 750 adolescentes de 12 a 17 anos residentes em áreas endêmicas, mostram que a vacina é eficaz e tem um potencial duradouro. Resultados anteriores, divulgados em setembro, já indicavam que 99,1% dos participantes apresentaram anticorpos seis meses após a vacinação, demonstrando consistência na proteção.

O impacto da vacina em adultos e sua aprovação internacional

A vacina contra chikungunya também foi testada em adultos nos Estados Unidos, onde mostrou resultados semelhantes. Nos ensaios com 4 mil voluntários, de 18 a 65 anos, a imunogenicidade atingiu 98,9% em seis meses. Esses resultados levaram à aprovação da vacina pela FDA (Food and Drug Administration) e pela EMA (European Medicines Agency).

Essas aprovações colocam o Brasil em destaque, uma vez que, com a validação da Anvisa, a vacina poderá ser incorporada ao calendário do Sistema Único de Saúde (SUS), tal como ocorreu com a vacina contra dengue, um avanço inédito no mundo.

Chikungunya: uma ameaça crescente

A chikungunya, transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti, é uma doença que provoca febre, dor muscular, manchas na pele e, principalmente, dor e inchaço nas articulações, que podem se tornar crônicos. Apenas em 2024, 214 mortes foram registradas no Brasil devido à doença.

Essa preocupação é agravada pelo impacto do aquecimento global. Estudos confirmam que o Aedes aegypti tem se expandido para regiões Sul e Centro-Oeste, incluindo estados como São Paulo, Minas Gerais e Paraná, que anteriormente não eram áreas críticas para arboviroses.

Prevenção: além da vacina

Embora a vacina contra chikungunya represente uma ferramenta poderosa, o combate à doença ainda depende da eliminação de criadouros do mosquito. Isso inclui evitar água parada em recipientes como pneus, vasos e garrafas.

Outras medidas preventivas, como o uso de telas, roupas de manga longa e repelentes à base de icaridina, são especialmente recomendadas para gestantes e pessoas em áreas de risco. Além disso, campanhas como “Tem 10 minutinhos? A hora de prevenir é agora”, do Ministério da Saúde, reforçam a importância de medidas simples e eficazes no combate ao mosquito.

Referência: Coren-es.org.br

Fonte: AF Noticias