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Vereador é acusado de armar barraco na UPA e caso vai parar no Ministério Público; ele nega

O vereador de Araguaína Flávio Cabanhas (PTB) segue travando uma intensa ofensiva contra a gestão do prefeito Wagner Rodrigues. Na última quarta-feira, 28 de julho, o alvo foi a Unidade de Pronto Atendimento(UPA), localizada no Setor Araguaína Sul, onde a ação do parlamentar gerou uma grande confusão com profissionais da saúde.

Segundo relatos de funcionários, o vereador promoveu um ‘verdadeiro barraco’ dentro da unidade, atrapalhando os trabalhos dos profissionais e causando transtornos para os pacientes.

A confusão foi tão intensa que o caso já está no Ministério Público. O relatório circunstanciado afirma que o vereador foi muito grosseiro com funcionários da unidade, inclusive mostrando total desrespeito aos profissionais e pacientes que estavam em tratamento.

O vereador chegou ao local pouco depois das 12 horas solicitando informações sobre um paciente que estaria esperando autorização para ser transferido ao Hospital Regional de Araguaína (HRA).

O relatório narra que a assistente social da unidade se dispôs a acompanhar o vereador até o paciente, mas pediu que ele não entrasse nos consultórios onde as pessoas estavam sendo atendidas e nem na sala vermelha. Esse cuidado, conforme explica o documento, é de suma importância para o bom andamento dos trabalhos na UPA e para proteger os doentes que estão fragilizados.

No entanto, Cabanhas não teria acatado as orientações, provocando “barraco e transtornos”. “Em desencontro à orientação conversada, o Sr. Cabanhas adentrou aos consultórios coagindo os colaboradores e constrangendo pacientes que estavam em atendimento, ao passo que foi necessário a intervenção da diretora Administrativa que, na tentativa de abrandar a situação, assumiu o acompanhamento da visita e buscava reforçar as orientações a fim de evitar maiores transtornos”, explica o relatório circunstanciado entregue ao MPTO.

Conforme o documento, Cabanhas gritava para que todos os consultórios fossem abertos para ele, sob a justificativa de que estaria fazendo “uma vistoria”.

O relatório diz ainda que o vereador ainda foi muito grosseiro com uma médica, chegando a questionar se ela era mesmo formada em medicina. Além disso, exigiu que a profissional informasse o tempo exato do atendimento, ressaltando haver muitos pacientes à espera. Contudo, segundo o relatório, apenas seis pessoas estavam na fila e havia outros dois médicos fazendo atendimentos.

A informação que corre nos bastidores é que o vereador pode enfrentar um processo criminal por desacato e perturbação da ordem em estabelecimento de saúde.

O QUE DIZ O VEREADOR?

Procurado para comentar a denúncia, o vereador Flávio Cabanhas afirmou que estava apenas desempenhando o papel para o qual fora eleito, que é fiscalizar a gestão e os serviços públicos.

“Toda vez que um morador me liga fazendo uma reclamação eu vou conferir in loco. Recebi ligação de um paciente e chegando lá na UPA, disseram que eu não iria entrar. Então perguntei quantos médicos estavam de plantão. Uma servidora que foi muito ignorante respondeu que tinha 5, então eu pedi para vê-los. Tinha uma paciente chorando de dor e questionei o porquê da demora no atendimento. Às vezes a pessoa tem coragem de reclamar, mas quantas sofrem sem falar nada. Esse é o meu papel como vereador e vou continuar fazendo. Inclusive, voltarei lá de novo para fiscalizar o atendimento da nossa população. Estão tentando me calar de todo jeito”, afirmou o vereador.

DE OLHO EM 2024

Para o grupo governista, a atuação do vereador Flávio Cabanhas tem como pano de fundo as eleições de 2024, pois ele é aliado de primeira hora do deputado estadual Jorge Frederico (Republicanos), que já declarou ser pré-candidato a prefeito no próximo pleito.

OUTRA DENÚNCIA NO MPTO: SUPOSTA ‘RACHADINHA’

No contra-ataque da ofensiva de Cabanhas, o grupo governista descobriu que o Ministério Público instaurou procedimento para apurar possível rachadinha no gabinete do parlamentar na Câmara Municipal.

O procedimento contém áudios de supostos servidores do gabinete falando sobre a divisão dos salários com outros assessores e aliados políticos.

“É bom investigar, pelo menos esclarece toda a situação”, declarou o vereador ao dizer que está à disposição do Ministério Público.

Fonte: AF Noticias