Vicentinho Júnior mostra as garras e desfilia único vereador do PL em Palmas para criar terceira via
O presidente estadual do PL no Tocantins, deputado federal Vicentinho Junior, remeteu ofício ao vereador de Palmas, Lúcio Campelo, comunicando sua desfiliação partidária.
A medida é inusitada, nada republicana e, até certo ponto, injusta. O parlamentar é um dos pioneiros da sigla no Tocantins e filiado, desde os tempos em que o saudoso senador João Ribeiro comandava o partido e sua nomenclatura ainda era PR.
Inobstante a isso, é o único vereador da sigla na capital e goza de incomensurável prestígio junto aos pares, tendo sido eleito, por unanimidade para presidir a Comissão mais importante da Câmara de Vereadores de Palmas, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
Além disso, não houve quem defendesse mais o então senador Vicentinho Alves do que Campelo, durante a eleição suplementar e ordinária de 2018.
SERVIÇOS PRESTADOS
O documento assinado pelo deputado preceitua que, em que pese os “relevantes serviços prestados” e “boa representatividade” na região da sul da cidade, sua decisão de fazer parte da base de sustentação da prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB), os impede de continuarem caminhando juntos.
TERCEIRA VIA | DUPLA OPOSIÇÃO
Vicentinho Jr ainda mencionou a composição de uma terceira via para as eleições de 2020 em Palmas, revelando que o partido não tem disposição de se atrelar aos “fracassados projetos do Palácio Araguaia ou com a atual gestão municipal”.
Como é sabido e notório, há articulações e acertos entre Vicentinho Jr e o ex-prefeito Carlos Amastha (PSB). Eles formariam um grande grupo para a disputa municipal, repetindo a dobradinha que elegeu o próprio Vicentinho a deputado e alçou Tiago Andrino (PSB) à condição de suplente na chapa. Em suma, caso a parceria fosse vitoriosa e Vicentinho se tornasse prefeito de Palmas, em efeito cascata, Andrino se tornaria deputado federal.
CAMPELO PREFERIU O SILÊNCIO
Procurado, o vereador disse que, no momento, não fará quaisquer declarações sobre o tema, entendendo que esta é uma questão interna do partido. Contudo, demonstrou estar, naturalmente, chateado por ter sido comunicado da decisão do partido por ofício, ao invés de uma conversa prévia.
A desfiliação de Campelo tem, certamente, relação com a possível coligação com Amastha. O vereador já disse em alto e bom som que não concorda com a aliança, mesmo porque foi um dos vereadores que mais ferrenhamente criticaram a gestão do ex-prefeito e, consequentemente, se postou na oposição durante os dois mandatos do ex-gestor.