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Vigia suspeito de ter envolvimento com aluna é indiciado por estupro

Segundo delegada, ele teria afirmado envolvimento com a vítima, mas alegou não saber a idade real da menina. Homem negou que se encontrava com menina na escola.

O vigia de uma escola em Buritirana, suspeito de ter envolvimento com uma aluna, foi indiciado por estupro. Ele se apresentou a Delegacia Especializada na Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) na última terça-feira (4). O depoimento dele já havia sido adiado duas vezes. O caso foi denunciado em julho deste ano pelos pais da menina, que tinha 13 anos quando o caso começou.

De acordo com a titular da DPCA, a delegada Ana Carolina Braga, ele teria afirmado envolvimento com a vítima, mas alegou não saber a idade real da menina.

O suspeito disse ainda que o relacionamento dele com a menina começou em maio e terminou em junho. Sobre o ambiente de trabalho, o vigia disse que não se encontrava com ela na escola, pois trabalhava no período noturno e a jovem estudava até às 16h.

Para a delegada, a violência é presumida, por se tratar de uma adolescente com menos de 14 anos. “Concluídas as investigações, foi constatada a materialidade do crime. Estamos aguardando agora o parecer do Judiciário”, afirmou.

A mãe da adolescente, que atualmente tem 14 anos, contou à polícia que começou a perceber um comportamento diferente na filha, que também começou a chegar com presentes, inclusive um celular. Porém, só descobriu o relacionamento após vizinhos contarem o que estava acontecendo.

“Todo dia ela chegava da escola, tomava banho ia para a quadra jogar bola. Um certo dia, ela começou a tomar banho, arrumar o cabelo e escovar os dentes para ir à quadra. Eu comecei a perceber: esse trem tá muito estranho”, disse a mãe da menina.

Depois disso, a adolescente admitiu que tinha um envolvimento com o homem desde maio deste ano. Conforme a lei brasileira, manter relação sexual ou praticar qualquer ato libidinoso com menores de 14 anos, ainda que exista consentimento, é considerado estupro de vulnerável.

“Ele falava para ela que se caso eu ou o pai dela descobrisse alguma coisa era para ela avisar imediatamente porque ele dava um jeito de encobrir as coisas”, disse a mãe.

Após a mulher registrar o boletim de ocorrência, o vigia começou a mandar cartas para a adolescente por meio de amigas da menina. “Vamos marcar um dia. Sábado, lá naquela rua escura à noitinha. Vamos entrar no mato, lá mesmo no pé de puçá”, diz trecho de uma das cartas.

Ele até instruiu o que ela deveria falar se o relacionamento fosse descoberto. Segundo a mãe, a menina conheceu o vigia no período noturno, no momento em que várias crianças praticam futebol na quadra esportiva da escola.

As cartas foram entregues para a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. A delegada informou que abriu um inquérito para investigar o caso e os agentes vão na tarde desta quinta-feira (23) ao distrito para dar continuidade às investigações.

A Secretaria Municipal de Educação de Palmas (Semed) disse que o caso não aconteceu no ambiente escolar e que quando tomou conhecimento afastou o servidor imediatamente, até que as investigações policiais sejam concluídas.