Pode ou não pode? Remédios permitidos e proibidos durante a amamentação
A maioria dos medicamentos passa para o leite materno, mas nem todos representam riscos significativos para o bebê. Enquanto alguns são transferidos em quantidades mínimas e não são absorvidos pelo trato gastrointestinal da criança, outros podem trazer perigos reais. Por isso, o uso de remédios durante a lactação exige cautela e orientação médica para garantir a segurança do bebê e da mãe.
Por que consultar um médico é essencial?
Antes de tomar qualquer medicamento enquanto amamenta, a mulher deve conversar com um profissional de saúde. O médico avaliará se o remédio é seguro, se deve ser evitado, se a amamentação precisa ser suspensa temporariamente ou se o uso pode ocorrer sem riscos. “Mesmo medicamentos considerados seguros não devem ser tomados sem prescrição”, alerta a literatura médica. O objetivo é minimizar a exposição do bebê a substâncias que possam afetar sua saúde.
Remédios proibidos na amamentação
Certos medicamentos são contraindicados durante a lactação devido aos efeitos adversos que podem causar ao bebê. Confira alguns exemplos:
- Antidepressivos: doxepina pode causar sedação ou outros problemas no bebê.
- Ansiolíticos: ácido gama-aminobutírico é arriscado pela passagem significativa ao leite.
- Anti-inflamatórios: leflunomida tem potencial tóxico prolongado.
- Imunossupressores e antineoplásicos: substâncias como ciclofosfamida, tamoxifeno e doxorrubicina são perigosas e podem exigir a interrupção da amamentação.
- Antiacneicos: isotretinoína e tretinoína são altamente arriscados para o desenvolvimento infantil.
- Anticoncepcionais hormonais combinados: etinilestradiol e similares afetam a produção de leite e a saúde do bebê.
Outros exemplos incluem contrastes radiológicos (como iodo e tecnécio) e medicamentos como Cimegripe, que contém maleato de clorfeniramina e cloridrato de fenilefrina, podendo levar a sonolência ou irritabilidade no bebê. Plantas medicinais como ginseng, equinácea e confrei também devem ser evitadas.
Medicamentos seguros para uso
Felizmente, existem opções seguras para mães que amamentam, desde que usadas sob supervisão médica. Veja alguns exemplos:
- Antitérmicos: paracetamol é amplamente aceito.
- Anti-inflamatórios: ibuprofeno e diclofenaco têm baixa excreção no leite.
- Antibióticos: amoxicilina e levofloxacino são geralmente seguros.
- Antidepressivos: fluoxetina e sertralina têm perfil favorável.
- Corticoides: prednisolona e prednisona são opções viáveis.
Antialérgicos como loratadina podem ser usados por curto prazo, mas com cautela, pois podem reduzir a produção de leite. Mesmo seguros, esses remédios exigem prescrição.
Cuidados especiais com alguns medicamentos
Há medicamentos que só devem ser usados em situações específicas, como:
- Analgésicos: dipirona e ácido acetilsalicílico podem trazer riscos, como cianose ou agranulocitose.
- Antibióticos: cloranfenicol e sulfametoxazol requerem atenção extra.
- Antihipertensivos: atenolol e losartana podem afetar o bebê em doses altas.
- Opióides: codeína e tramadol têm uso restrito.
Nesses casos, o médico avalia a necessidade real e os riscos antes de autorizar o uso.
Dipirona na amamentação: pode ou não?
A dipirona é um caso à parte. Embora comum, ela deve ser evitada, pois permanece no leite materno por até 48 horas, podendo causar reações raras, mas graves, como agranulocitose no bebê. “O risco é baixo, mas existe”, reforçam especialistas.
Dicas para usar remédios com segurança
Para proteger o bebê, siga estas recomendações antes de tomar qualquer medicamento:
- Consulte o médico para pesar benefícios e riscos.
- Prefira remédios de aplicação local ou com baixa passagem para o leite.
- Ajuste os horários para evitar picos de concentração durante as mamadas.
- Escolha medicamentos com uma única substância ativa, evitando fórmulas combinadas.
- Monitore o bebê para sinais como sonolência, agitação ou alterações no sono.
- Armazene leite materno previamente, caso a amamentação precise ser pausada.
Um cuidado que faz a diferença
O uso de medicamentos na amamentação não precisa ser um tabu, mas exige responsabilidade. Com orientação médica, é possível tratar a mãe sem comprometer a saúde do bebê. Evitar a automedicação e priorizar opções seguras é o caminho para um aleitamento tranquilo e saudável.
Fonte: AF Noticias