Tarifas e tensões: o impacto das políticas comerciais entre Brasil e Estados Unidos

O Brasil tem sido alvo de críticas do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, devido às tarifas de importação que o país aplica sobre produtos americanos. Trump argumentava que o Brasil, assim como outros países, cobrava tarifas muito altas sobre produtos exportados pelos EUA. Vamos explorar essa questão e entender como isso afeta a economia e as relações comerciais entre os dois países.

A política de reciprocidade de Trump

Donald Trump defendia que os EUA deveriam elevar suas tarifas de importação ao mesmo patamar das tarifas cobradas sobre seus produtos exportados. Ele acreditava que isso nivelaria o campo de jogo comercial, afirmando que “outros países usaram tarifas contra nós por décadas e agora é a nossa vez de começar a usá-las contra esses outros países”.

Tarifas brasileiras sobre produtos americanos

Estatísticas de comércio exterior mostram que o Brasil realmente cobra, em média, tarifas de importação maiores sobre os produtos americanos do que o contrário. Em 2022, a tarifa média simples aplicada pelo Brasil às importações dos EUA foi de 11,3%, enquanto os EUA cobravam apenas 2,2% sobre as importações brasileiras.

No entanto, quando consideramos uma média ponderada pelo volume das importações, a diferença diminui. Isso ocorre porque produtos com maior volume de importação, como aeronaves e petróleo bruto, têm tarifas mais baixas ou mesmo zeradas.

Impacto das tarifas sobre a economia brasileira

Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Historicamente, a balança comercial tem sido favorável para os americanos, que acumularam um saldo positivo de US$ 43 bilhões nos últimos dez anos.

Se Trump tivesse seguido adiante com suas ameaças de aumentar as tarifas, os primeiros alvos brasileiros seriam o etanol, aço e alumínio. O aço, por exemplo, é crucial para a indústria brasileira, e qualquer aumento de tarifa poderia impactar significativamente as exportações.