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Caso Vitória: Defesa diz que suspeito afirmou ter sido coagido a confessar

O caso da morte da jovem Vitória Regina de Souza, em Cajamar, continua gerando repercussão, especialmente após as alegações de Maicol Antonio Sales do Santos. O suspeito pela morte da jovem afirma ter sido coagido pela polícia a confessar o crime, em um depoimento controverso. A defesa de Maicol alega que a coação ocorreu após a saída de seus advogados, no momento em que ele foi colocado em um banheiro da delegacia. Segundo Maicol, a polícia ameaçou envolver sua mãe e esposa no caso para forçá-lo a “colaborar” com a investigação.

Alegações de coação e questionamentos sobre a condução da investigação

De acordo com os advogados de Maicol, a pressão por parte da polícia foi explícita, com a promessa de envolver a família do acusado se ele não confessasse o crime. A defesa, em nota enviada à CNN, negou formalmente que o suspeito tenha feito qualquer confissão. A defesa questiona a legalidade do interrogatório, afirmando que a falta de presença de advogados e a realização de um exame psiquiátrico sem autorização judicial são violações do Código de Processo Penal. Em um dos pontos mais criticados, os advogados destacam que Maicol não foi formalmente acusado, sendo considerado apenas um investigado, o que torna a confissão, mesmo que confirmada pela polícia, um ponto de disputa.

A confissão confirmada pela polícia

Apesar das alegações da defesa, a Polícia Civil de São Paulo manteve a versão de que Maicol havia confessado a autoria do assassinato de Vitória. O delegado Luiz Carlos do Carmo afirmou em coletiva de imprensa que o envolvimento de Maicol com a vítima era claro e que ele estava obcecado por ela. De acordo com a polícia, Maicol tentou sequestrar a jovem, mas ela teria reagido, sendo golpeada com uma faca no pescoço, o que resultou em sua morte.

Dúvidas persistentes na investigação

A investigação, que ainda busca esclarecer todos os detalhes do crime, deixa algumas dúvidas em aberto. A principal questão envolve a localização exata da agressão, pois, apesar da faca ter atingido a artéria aorta de Vitória, que teria causado um sangramento intenso, o carro onde Maicol estava não apresentou grandes manchas de sangue, o que levanta questionamentos sobre o local do crime.

O desaparecimento e a morte de Vitória Regina de Souza

O caso começou a ganhar notoriedade em 26 de fevereiro, quando Vitória, de 17 anos, desapareceu após um dia de trabalho em um shopping de Cajamar. Testemunhas relataram que a jovem foi seguida por dois homens após descer do ônibus, o que levantou suspeitas de que ela estava sendo sequestrada. A comunidade local se mobilizou rapidamente, realizando buscas intensas, mas o corpo de Vitória só foi encontrado em 5 de março, em uma área de mata. As investigações revelaram sinais de violência, como a cabeça raspada e a ausência de roupas.

Fonte: AF Noticias