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Acordo com União Europeia oferece pouca vantagem ao Mercosul, afirma Haddad

O acordo Mercosul-União Europeia, assinado após 25 anos de negociações, foi criticado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em 31 de março de 2025, no Sciences Po, em Paris. Para ele, os benefícios econômicos ao Mercosul são poucos. O verdadeiro valor, segundo Haddad, está na política e estratégia.

Mas o que isso significa? Vamos entender os pontos levantados e refletir sobre o tema.

Benefícios econômicos limitados

Haddad destacou que o acordo não impulsiona a economia do Mercosul. “Se você perguntar a qualquer diplomata brasileiro se ali há uma vantagem econômica explícita que representa um salto para a reindustrialização do Cone Sul, não vai encontrar nenhuma cláusula que garanta isso”, disse. Ele vê o tratado mais como um movimento político do que um ganho financeiro direto.

Uma resposta à divisão global

Para o ministro, o acordo contraria a fragmentação liderada por EUA e China. “O grande objetivo é oferecer uma alternativa ao mundo bipolar, procurar não recair. Porque a própria bipolaridade reforça o discurso da intolerância”, explicou. Assim, o foco é criar laços globais, evitando um mundo dividido e conflituoso.

Barreiras na Europa

Apesar de assinado, o tratado enfrenta resistência no Parlamento Europeu, sobretudo na França. “Europa discute ‘ganhar na carne, perder no açúcar'”, criticou Haddad, apontando a visão estreita das negociações. Ele defende que o jogo é maior: evitar crises como migrações e guerras.

Crítica ao protecionismo ambiental

Haddad acusou países ricos de “protecionismo disfarçado de ambientalismo”. “É hipocrisia: penalizam o aço verde do Brasil enquanto retomam produção com energia fóssil”, afirmou. Ele destacou que o Brasil, com 90% de energia limpa, sofre com taxas como a “taxa carbono”, enquanto a Europa recorre a óleo e gás.

Financiamento climático em xeque

O ministro lembrou promessas não cumpridas. “Prometeram US$ 100 bilhões para florestas e não deram um centavo”, disse. Por isso, o Brasil criou o Tropical Forest Forever Facility (TFFF), que transforma doações em investimentos permanentes. “Dinheiro para guerra aparece em dias; para o clima, arrastam por décadas”, comparou.

Referência: CNN

Fonte: AF Noticias