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Marcelo Miranda vira assessor da senadora Dorinha: aliança é positiva ou negativa em 2026?

A reaproximação entre o ex-governador Marcelo Miranda (MDB) e a senadora Dorinha Resende (União Brasil), pré-candidata ao governo do Tocantins, introduz uma nova variável no cenário político estadual para 2026. Porém, nos bastidores, surgiu o seguinte questionamento: essa aliança tem, de fato, o peso político que se espera e será positiva ou negativa para o projeto da senadora?

Miranda assumiu recentemente o cargo de assessor parlamentar no gabinete de Dorinha e carrega uma trajetória política robusta. Foi deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa, governador por três mandatos e eleito senador (embora não tenha tomado posse). Seu nome ainda é lembrado em várias regiões do Estado, especialmente no interior, onde construiu alianças duradouras. Para uma candidatura que busca ampliar sua capilaridade regional, como a de Dorinha, a presença de Marcelo pode, em tese, abrir portas e agregar forças locais.

Mas o outro lado da moeda pesa. Marcelo encerrou sua carreira no Executivo sob forte desgaste: foi cassado duas vezes por abuso de poder, enfrentou denúncias e chegou a ser preso em operação da Polícia Federal. Em 2022, ao tentar retornar à política como deputado estadual, obteve apenas 3.593 votos – um desempenho que expôs a fragilidade de seu capital eleitoral atual. Isso levanta dúvidas sobre se sua influência hoje é meramente simbólica ou ainda efetiva.

Analistas políticos avaliam que a participação de Miranda pode comprometer o discurso de “renovação com experiência” que Dorinha tenta consolidar. A oposição, certamente, não deixará de explorar esse fato durante a campanha.

Há também repercussões internas nos partidos envolvidos. No MDB, a aproximação de Miranda com Dorinha aprofunda uma crise já instalada. A sigla, sob o comando do deputado federal Alexandre Guimarães – pré-candidato ao Senado e aliado de um possível adversário de Dorinha, Amélio Cayres -, pode enfrentar uma divisão ainda mais aguda. Já no União Brasil, caso Dulce Miranda se filie e dispute vaga na Assembleia, o partido pode se tornar palco de disputas internas e conflitos de protagonismo.

A verdade é que a aliança Dorinha-Marcelo é um lance ousado. Pode render frutos em determinadas regiões e reativar apoios adormecidos. Mas também pode comprometer a imagem de renovação que a senadora tem buscado cultivar. O sucesso – ou fracasso – dessa estratégia dependerá menos do currículo de ambos e mais da forma como a aliança será conduzida, comunicada e, sobretudo, percebida pela população.

A pergunta que fica é: Marcelo será trunfo ou fardo na caminhada de Dorinha ao Palácio Araguaia?

Fonte: AF Noticias