Delegado revela motivação por trás da morte de empresário; mulher teve ajuda da irmã
Notícias de Araguaína – A Polícia Civil apresentou, nesta terça-feira (16), os detalhes do chocante assassinato do empresário José Paulo Couto, de 75 anos. Seu corpo foi encontrado na última quinta-feira (11) sob uma ponte na Avenida Frimar, em Araguaína. Em coletiva de imprensa, o delegado Adriano Carvalho, da 2ª Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), confirmou que Rejane Mendes da Silva, de 45 anos – com quem a vítima mantinha um relacionamento afetivo -, confessou o crime.
O assassinato, que comoveu a cidade pela crueldade e frieza, foi solucionado em apenas quatro dias, com prisões, laudos periciais e depoimentos que reconstruíram a cronologia dos fatos.
RELAÇÃO CONTURBADA E DISCUSSÃO POR DINHEIRO
Segundo o delegado, José Paulo foi visto pela última vez na manhã de quarta-feira (10), ao sair da casa da filha. Ele seguiu para a residência de Rejane, onde uma discussão fatal teve início. A briga ocorreu após José Paulo expressar seu desejo de romper o relacionamento e cortar o auxílio financeiro mensal que fornecia à mulher.
“Inconformada com o fim do relacionamento e com a possível perda da ajuda em dinheiro, Rejane iniciou uma discussão que rapidamente evoluiu para agressão física”, detalhou o delegado Adriano Carvalho. “Apesar de ser uma mulher de 45 anos, a diferença de idade e de força em relação ao idoso foi determinante. Ela o dominou fisicamente, amarrou-o e, em seguida, passou a agredi-lo.”
TORTURA E EXECUÇÃO CRUEL
O laudo da perícia revela a brutalidade das agressões: José Paulo sofreu golpes no rosto, teve fraturas – como a do punho esquerdo -, e foi morto por estrangulamento com uma corda. Após a morte, Rejane ainda desferiu dois golpes de faca na região do pescoço da vítima.
“O corpo ficou dentro do apartamento durante toda a quarta-feira”, revelou o delegado. “À noite, ela ligou para um amigo pedindo ajuda para levar o carro da vítima até outro local, sob a justificativa de que havia acabado de comprá-lo e não sabia dirigir.”
O delegado explicou que esse homem, segundo as investigações, agiu sem conhecimento do crime. O carro foi encontrado na manhã seguinte, abandonado no setor Dom Orione, com as placas adulteradas com fita adesiva – uma tentativa de Rejane de despistar a polícia.
OCULTAÇÃO DO CADÁVER E PARTICIPAÇÃO DA IRMÃ
O delegado também detalhou a participação da irmã da suspeita, identificada apenas pelas iniciais L.M.S., de 43 anos, na ocultação do corpo.
“No dia seguinte ao crime, Rejane buscou ajuda da própria irmã, afirmando que precisava se desfazer de alguns ‘tapetes e utensílios domésticos’”, contou Carvalho. “Já no local, a irmã percebeu que se tratava, na verdade, do corpo de Paulo Couto – que estava enrolado em carpetes, panos e mantas. Mesmo alegando resistência inicial, a irmã cedeu à pressão emocional e ajudou a carregar o corpo até o carro e abandoná-lo sob a ponte na estrada de acesso à TO-222.”
Segundo Adriano, a irmã já foi ouvida e, até o momento, é investigada apenas por participação na ocultação de cadáver, crime de menor potencial ofensivo, motivo pelo qual não houve pedido de prisão contra ela.
CONFISSÃO E PRISÃO TEMPORÁRIA
Rejane Mendes foi presa temporariamente no sábado (12) e confessou os detalhes do crime, incluindo a adulteração das placas do veículo e a tentativa de se desfazer de provas. O celular dela foi apreendido para perícia, e joias e pertences da vítima teriam sido descartados pela autora.
A 1ª Vara Criminal de Araguaína decretou a prisão temporária de Rejane por 30 dias, prazo em que o inquérito deverá ser concluído. Além de homicídio qualificado, ela poderá responder por ocultação de cadáver e fraude processual. A participação da irmã segue em análise, e o homem que ajudou a mover o carro não será indiciado, pois não há indícios de seu envolvimento com o assassinato.
A investigação prossegue para apurar possíveis valores subtraídos da vítima, movimentações financeiras recentes e acessos a bens do empresário, bem como a participação de outras pessoas na ocultação ou destruição de provas.
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RESPOSTA RÁPIDA DA POLÍCIA
O secretário de Segurança Pública do Tocantins, Bruno Azevedo, elogiou a atuação da Polícia Civil. “A resposta foi rápida e firme. É um exemplo da eficiência da nossa Polícia Judiciária”, afirmou. O delegado Adriano Carvalho destacou o empenho das equipes: “Foi uma investigação integrada, com agilidade e eficiência. A sociedade exigia respostas, e nós as demos com base técnica e rapidez.”
Durante a coletiva, a Polícia Civil também apresentou dados do primeiro semestre de 2025, que apontam uma queda significativa nos principais indicadores de violência em Araguaína:
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Homicídios: redução de 12,5%.
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Estupros (vulneráveis e não vulneráveis): queda de 7,84% e 28,57%, respectivamente.
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Importunação sexual: menos 42,86%.
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Divulgação de cenas de abuso: queda de 75%.
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Roubos: redução de 9,17%.
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Estelionatos: queda de 6,45%.
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Fonte: AF Noticias