Grávida, Indígena teve olhos perfurados e língua cortada antes de ser queimada viva
Novos elementos sobre o assassinato da jovem indígena Harenaki Javaé, de 18 anos, revelam a brutalidade do crime que abalou a Ilha do Bananal e gerou comoção nacional. A vítima, que tinha deficiência intelectual e apresentava a mentalidade de uma criança, estava no início de uma gravidez quando foi morta de forma extremamente violenta.
De acordo com as informações apuradas, além de ter sido abusada sexualmente, Harenaki teve os olhos perfurados, a língua cortada, as unhas arrancadas e foi queimada ainda com vida. O corpo foi encontrado parcialmente carbonizado nas proximidades da Aldeia Canuanã, em Formoso do Araguaia, no último fim de semana, durante um festejo que precisou ser cancelado em luto e respeito à jovem.
Investigações em andamento
Dois homens chegaram a ser detidos – um indígena e um não indígena -, mas foram liberados após prestarem depoimento por falta de provas. O indígena já havia sido citado em denúncias anteriores como suspeito no assassinato da mãe de Harenaki, ocorrido de forma igualmente brutal cerca de um ano atrás, em outra aldeia.
A Polícia Civil do Tocantins conduz as investigações com apoio da 84ª Delegacia de Formoso do Araguaia e da 7ª Delegacia Regional de Gurupi. A expectativa é que exames de DNA realizados a partir do feto encontrado ajudem a identificar possíveis ligações com os autores do crime.
Pressão por justiça
A Articulação dos Povos Indígenas do Tocantins (ARPIT) e o Instituto de Caciques e Povos Indígenas da Ilha do Bananal (Icapib) emitiram notas de repúdio, destacando a gravidade do feminicídio e cobrando respostas imediatas. “Foi um ato de violência bárbaro e covarde contra alguém indefesa, que nunca deveria ter acontecido”, afirmou o Icapib.
Mobilização nacional
O caso chegou ao Ministério dos Povos Indígenas (MPI), que acompanha as apurações por meio do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas. O MPI informou que, além de ter oficiado a Secretaria da Segurança Pública do Tocantins (SSP), também acionará o Ministério Público do Tocantins (MPTO) para que acompanhe o inquérito e garantam que não haja impunidade.
A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) também repudiou o crime e cobrou investigação rigorosa, reforçando que a violência contra mulheres indígenas não pode ser tolerada nem banalizada.
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Fonte: AF Noticias