Apesar de cortar gastos, Prefeitura de Paraíso vai bancar show do cantor Natanzinho Lima
A Prefeitura de Paraíso do Tocantins enfrenta uma situação fiscal delicada, com redução superior a R$ 7,6 milhões nas receitas municipais entre janeiro e setembro de 2025, em comparação ao mesmo período do ano anterior. Para equilibrar as contas, foram anunciadas medidas de austeridade, incluindo cortes salariais de até 30% para servidores comissionados e de gratificações em 50%, além de demissões em diversas secretarias.
A secretária de Gestão, Ingrid Rebelo, afirmou que tais ações são “uma necessidade” para equilibrar as contas públicas e manter os serviços essenciais. No entanto, em contraste com essas medidas, o prefeito Celso Morais (MDB) havia anunciado, cerca de duas semanas antes, a contratação do cantor Natanzinho Lima para um show no dia 22 de outubro, durante as comemorações dos 62 anos de emancipação política da cidade.
Segundo o gestor, “o contrato já foi fechado, com adiantamento realizado, e a expectativa é reunir milhares de pessoas para o evento”. O cachê do cantor para apresentações públicas varia entre R$ 400 mil e R$ 600 mil, dependendo de fatores como data, local e tipo de contrato. Por exemplo, em Angico (TO), o cachê foi estimado em R$ 400 mil, enquanto em Colinas do Tocantins chegou a R$ 560 mil. Vale lembrar que os custos de um show vão além do cachê, incluindo estrutura de palco, som, iluminação e logística, o que amplia significativamente o gasto público.
Enquanto o município promove cortes, os servidores terão que se readequar ao orçamento reduzido, afetando não apenas seus salários, mas também sua capacidade de consumo, o que impacta o comércio local e a economia da cidade. A população, por sua vez, observa atentamente que, ao mesmo tempo em que enfrenta redução de benefícios e demissões, o município investe em eventos de grande porte com recursos públicos.
Essa situação levanta questionamentos sobre a responsabilidade orçamentária da administração e o compromisso com a população, que pode não ver com bons olhos a priorização de gastos com entretenimento enquanto serviços essenciais passam por restrições financeiras. Contradição do prefeito Celso Morais?
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Fonte: AF Noticias
