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PSB de Amastha pede prisão de Wanderlei alegando descumprimento de medidas cautelares

Notícias do Tocantins  O cenário político do Tocantins voltou a esquentar nesta terça-feira (11) com uma nova ofensiva contra o governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos). O Partido Socialista Brasileiro (PSB) protocolou representações junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), ao Ministério Público Federal (MPF) e à Polícia Federal (PF) pedindo a prisão do governador, sob a alegação de que ele estaria descumprindo medidas cautelares impostas pela Corte Especial do STJ no âmbito da Operação Fames-19.

A ação foi assinada pelo presidente estadual do partido, o vereador e ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB), que acusa Wanderlei de manter articulação política ativa e contato com investigados, mesmo após determinação expressa do STJ que o afastou do cargo e o proibiu de se comunicar com pessoas envolvidas na investigação.

Amastha também é autor de dois pedidos de impeachment protocolados na Assembleia Legislativa contra Wanderlei.

PSB aponta “flagrante desrespeito à Justiça”

No documento, o PSB afirma que o governador afastado vem atuando politicamente “como se ainda estivesse no comando do Estado”, promovendo encontros com aliados, influenciando decisões e participando de articulações com deputados estaduais que também são alvos da investigação.

“Há flagrante desrespeito às ordens judiciais. Wanderlei Barbosa continua agindo nos bastidores, interferindo no processo político e mantendo contato com investigados. Diante da gravidade do descumprimento, pedimos a prisão para garantir a autoridade da decisão do STJ e a integridade das investigações”, diz trecho da representação assinada por Amastha.

O PSB anexou ao pedido prints de redes sociais e registros de encontros públicos como supostas evidências de que Wanderlei estaria participando de reuniões políticas e mantendo relação direta com figuras investigadas. Uma das citações refere-se a postagens de parlamentares — como a deputada estadual Cláudia Lelis, que chamou o governador de “nosso líder” —, o que, segundo o partido, reforçaria a influência política mantida mesmo após o afastamento.

Medidas cautelares e Operação Fames-19

Wanderlei Barbosa foi afastado do cargo por decisão unânime do STJ, em setembro, no âmbito da Operação Fames-19, que investiga um suposto esquema de desvio de recursos públicos destinados à compra e distribuição de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19.

As medidas cautelares impostas incluíram:

  • afastamento imediato do cargo de governador por 180 dias;

  • proibição de contato com outros investigados;

  • impedimento de acesso a órgãos públicos;

  • bloqueio de bens e outras restrições.

Segundo as investigações, o esquema teria causado prejuízo superior a R$ 70 milhões aos cofres públicos, envolvendo empresários, servidores e agentes políticos.

Repercussão e desdobramentos

A iniciativa do PSB aumenta a pressão sobre Wanderlei Barbosa, que já enfrenta cinco pedidos de impeachment protocolados na Assembleia Legislativa do Tocantins (Aleto) e investigações criminais em andamento.

Fontes ligadas à defesa do governador afirmam que ele nega qualquer descumprimento das medidas e que suas atividades “se limitam a manifestações públicas de caráter político, sem contato direto com investigados”. 

Analistas políticos avaliam que o pedido do PSB sinaliza uma escalada da guerra política entre os grupos de Wanderlei e Laurez.

O que vem pela frente

O STJ ainda analisará a representação apresentada pelo PSB. Caso entenda que houve descumprimento das medidas cautelares, a Corte poderá impor novas sanções — incluindo prisão preventiva ou reforço das restrições já estabelecidas.

Enquanto isso, o cenário político do Tocantins segue em ebulição. O desfecho das próximas semanas poderá definir o futuro político imediato do Estado.

Fonte: AF Noticias