Comunidade rural sofre com estrada tomada por atoleiros em Piraquê e cobra providências
Moradores do Projeto de Assentamento Rio Laje, na zona rural de Piraquê, denunciam a situação crítica da estrada que dá acesso à comunidade, especialmente no trecho próximo à Fazenda Sapucaia. Segundo relatos, a via está há anos sem manutenção adequada e acumula extensos atoleiros que dificultam — e, em alguns casos, impedem — o trânsito de veículos e ônibus escolares. O prefeito do município é Neto SOS, do Republicanos.
A comunidade relata que crianças e trabalhadores chegam a ficar até altas horas da noite na estrada quando os veículos atolam na lama. “A estrada está péssima, cheia de atoleiros, e ninguém toma providência. A gente depende dela todos os dias”, desabafou um dos moradores.
Em um vídeo gravado nesta semana, uma moradora mostra um ônibus escolar completamente atolado. No registro, ela lamenta: “6h50, dando 7h e o ônibus continua atolado. Olha o tanto de criança. Isso aqui é esperando arrumar a estrada e não vieram arrumar. Essas horas os pais estão todos preocupados com os filhos que ainda não chegaram em casa.”
De acordo com os moradores, o problema é recorrente e, no período chuvoso, se agrava a ponto de o transporte escolar deixar de buscar os alunos, prejudicando o acesso às escolas. “Às vezes o ônibus nem vem, porque não tem como passar. As crianças perdem aula e nós perdemos compromisso. Queremos dignidade e respeito”, afirmam.
Defensoria Pública acompanha o caso
A Defensoria Pública do Estado do Tocantins, por meio do Núcleo Aplicado das Minorias e Ações Coletivas (NUAMAC), já acompanha a situação. O órgão enviou um ofício à Secretaria Municipal de Transportes, Obras e Serviços Públicos de Piraquê solicitando informações urgentes sobre as condições da estrada do PA Rio Laje.
No documento, emitido em julho deste ano, a Defensoria destaca que o trecho possui cerca de 7 km e atende diretamente aproximadamente 28 chácaras e, pelo menos, 30 famílias. O órgão reforça ainda que a estrada se encontra em “condições precárias, sendo de difícil acesso”, o que evidencia a necessidade de intervenção imediata do poder público.
Enquanto aguardam providências, os moradores continuam enfrentando dificuldades diárias para chegar às escolas, ao trabalho e aos serviços essenciais. “Só queremos que cumpram o compromisso com a gente. A estrada é nossa única saída”, relatou uma moradora.
O que diz a Prefeitura?
A Prefeitura de Piraquê informou que o assentamento citado está localizado em uma área considerada de invasão, ainda não legalizada e não reconhecida oficialmente pelo INCRA. Segundo o poder público, o caso está em trâmite na Justiça, o que dificulta a realização de serviços de manutenção, já que trata-se, segundo o município, de uma área privada.
Apesar disso, a gestão municipal afirmou que o transporte escolar atende regularmente a comunidade, sem interrupções.
Fonte: AF Noticias
