Apesar de planejada, Palmas é a capital brasileira com maior taxa de mortes no trânsito
A capital do Tocantins, Palmas, registra a maior taxa de mortalidade no trânsito entre todas as capitais brasileiras, com 38,98 mortes por 100 mil habitantes, segundo dados preliminares do Ranking de Competitividade, elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP). A cidade, embora planejada, apresenta um índice mais de seis vezes superior à média nacional, que é de 17,17 mortes por 100 mil habitantes.
Na outra ponta do ranking, São Paulo aparece como a capital mais segura, com apenas 2,58 mortes por 100 mil habitantes, seguida por Belém (PA), com 6,52. Recife (PE) ocupa a segunda pior posição, com 34,79 mortes por 100 mil habitantes, logo atrás de Palmas.
O levantamento utiliza dados do DataSUS (Ministério da Saúde) e do IBGE, referentes ao ano de 2023, e considera óbitos por acidentes de transporte registrados no local da ocorrência.
TOCANTINS TEM A MAIOR TAXA ESTADUAL DE MORTALIDADE NO TRÂNSITO
O cenário estadual é igualmente preocupante: o Tocantins lidera o ranking nacional de mortes no trânsito entre os estados, com uma taxa de 37,8 óbitos por 100 mil habitantes — mais que o triplo da registrada em São Paulo (10,9), o estado mais seguro do país.
Outros estados com índices elevados são:
- Mato Grosso: 34,9
- Rondônia: 30,0
- Piauí: 28,1
- Roraima: 24,7
PROPORCIONALIDADE REVELA DISTORÇÕES
Apesar de ser representar apenas 0,74% da população brasileira, o Tocantins concentra 1,64% das mortes no trânsito – mais que o dobro do esperado proporcionalmente. Situação semelhante ocorre em Mato Grosso, que abriga 1,80% da população e responde por 3,66% das mortes.
Essas distorções revelam que o problema vai além da responsabilidade individual dos condutores e demanda ações coordenadas entre órgãos públicos, incluindo campanhas educativas, melhoria da infraestrutura e reforço da fiscalização.
SOBRE O LEVANTAMENTO
O estudo integra as ações do CLP no âmbito do Movimento Maio Amarelo, voltado à conscientização sobre segurança no trânsito. A taxa de mortalidade por transporte terrestre é considerada um indicador-chave da eficiência das políticas públicas e da infraestrutura urbana e rodoviária.
O indicador de mortalidade nos transportes calcula a razão entre o número de óbitos provocados por acidentes de transporte (por local de ocorrência) e a população do local (por grupo de 100 mil habitantes). O levantamento abrangeu os 27 estados e 5.221 municípios do país, com o objetivo de fomentar a conscientização sobre a gravidade dos acidentes de trânsito e promover ações concretas por parte do poder público, sociedade civil e setor privado.
Fonte: AF Noticias