Cinco homens são condenados a até 31 anos de prisão por ataque de facções em Xambioá

 O Tribunal do Júri da Comarca de Xambioá condenou, nesta quinta-feira (30/10), cinco homens por envolvimento em um violento ataque motivado pela guerra entre facções criminosas que deixou um homem morto e cinco pessoas feridas no setor Sertãozinho, em 18 de novembro de 2022. As penas aplicadas pelo juiz José Carlos Ferreira Machado variam de 21 a 31 anos de prisão em regime fechado.

De acordo com o processo, nove integrantes de uma facção criminosa planejaram e executaram o atentado como forma de retaliação a um grupo rival. Os criminosos invadiram uma residência e abriram fogo contra as pessoas que estavam no local. César Alessandro da Silva e Silva morreu na hora. Outras quatro vítimas conseguiram escapar e uma, mesmo ferida, sobreviveu.

O julgamento, que se estendeu até a madrugada desta sexta-feira (31/10), terminou com a condenação de Elivaldo Meneses dos Santos (35), Erasmo Soares de Abreu Júnior (21), Mateus Guedes de Sousa (24), Wallison da Silva (29) e Wendison da Silva (23). Eles foram considerados culpados por homicídio qualificado consumado, cinco tentativas de homicídio qualificado e integração em organização criminosa armada.

O Conselho de Sentença, formado por jurados da sociedade, absolveu dois acusados — Daniel dos Santos Viana (47) e Erasmo Soares de Abreu (60), pai de um dos condenados — por falta de provas. Outros dois réus, Maria Eduarda Alves Nascimento (22) e Daniel Gonçalves da Silva (21), morreram durante o andamento do processo, o que levou à extinção das ações contra eles.

Na decisão, os jurados reconheceram duas qualificadoras agravantes: o motivo torpe, relacionado à disputa entre facções, e o uso de recurso que dificultou a defesa das vítimas, já que o ataque foi uma emboscada.

O juiz José Carlos Ferreira Machado destacou, ao fixar as penas, a extrema gravidade dos crimes, os antecedentes criminais e o envolvimento direto dos réus com organizações criminosas.

• Elivaldo Meneses dos Santos (35) e Wallison da Silva (29) receberam as maiores penas: 31 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão, cada um. Ambos têm extenso histórico criminal e ligação direta com facção armada. Wallison foi apontado como coorganizador do ataque.

• Mateus Guedes de Sousa (24) foi condenado a 29 anos de prisão, com base em condenações anteriores por receptação e comportamento voltado à criminalidade.

• Wendison da Silva (23) cumprirá 25 anos, 2 meses e 3 dias, tendo a pena agravada por ligação com facção e por ter permanecido foragido durante parte do processo.

• Erasmo Soares de Abreu Júnior (21), identificado como um dos líderes e articuladores do atentado, foi condenado a 21 anos, 9 meses e 9 dias de reclusão.

Todos os condenados iniciarão o cumprimento da pena em regime fechado, e o magistrado manteve as prisões preventivas, negando o direito de recorrerem em liberdade.

Segundo o juiz, a gravidade dos crimes e o risco de reiteração delitiva justificam a manutenção das prisões.

A decisão é passível de recurso ao Tribunal de Justiça do Tocantins (TJTO).