Dimas confronta Wanderlei e dispara: ‘total ineficiência, descontrole e uma fábrica de crise’
Notícias do Tocantins – O clima político no Tocantins segue agitado. Nesta terça-feira (04/11), o secretário de Estado do Planejamento e Orçamento, Ronaldo Dimas, rebateu duramente as declarações do governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos) sobre a situação financeira do Estado.
Ex-prefeito de Araguaína e candidato ao governo em 2022, Dimas classificou a gestão anterior como “uma fábrica de crise para o Tocantins” e atribuiu ao governo de Wanderlei o descontrole que teria levado a um rombo bilionário nas contas públicas.
A resposta veio após nota divulgada pelo diretório estadual do Republicanos, partido de Wanderlei, que questionou os números apresentados pelo governador em exercício Laurez Moreira (PSD). Segundo Dimas, os dados oficiais da Secretaria de Planejamento revelam um cenário de endividamento superior a R$ 1 bilhão, resultado de contratos sem lastro financeiro e falta de controle orçamentário.
“Que governo foi esse que não sabia quanto devia? Que contratava sem orçamento e sem lastro financeiro? Que não tinha qualquer controle sobre a execução dos serviços contratados?”, questionou o secretário.
Rombo na Saúde e gastos sem controle
De acordo com Dimas, a Secretaria da Saúde acumula cerca de R$ 580 milhões em dívidas herdadas da gestão anterior. Para ele, os números demonstram “uma gestão que gastava o recurso público de maneira descontrolada, enquanto entregava à população um péssimo serviço de saúde”.
Os dados apresentados mostram que as despesas correntes da Saúde praticamente dobraram nos últimos anos — de R$ 871,9 milhões em 2021 para R$ 1,63 bilhão na projeção de 2025 — enquanto o número de internações cresceu apenas 21%.
“Um absoluto descompasso se comparado o crescimento do custo da saúde com o aumento da demanda atendida, que evidencia a incompetência da gestão, o descontrole de gastos e a falta de zelo com o dinheiro público”, afirmou Dimas.
Segundo o novo governo, técnicos do Planejamento revelam que no governo Wanderlei, a saúde fechava as contas do ano devendo dois ou três meses de orçamento. “Assumimos a gestão da saúde com prestadores de serviço que estavam há mais de seis meses sem receber, num absoluto descontrole dos gastos da saúde. Dívidas que vinham se acumulando de ano a ano e criou-se uma bola de neve que estava levando a saúde do Tocantins à falência”, explicou o secretário da Saúde, Vânio Rodrigues de Souza.
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Déficit no Servir e auditoria nas contas
Outro ponto crítico apontado por Dimas é o déficit do plano de assistência à saúde dos servidores públicos (Servir). Segundo o secretário, o Estado tem sido obrigado a repassar R$ 35 milhões mensais a mais do que o previsto em lei, o que representa um impacto anual de cerca de R$ 420 milhões.
Diante das inconsistências, o governo anunciou a realização de uma auditoria detalhada nas contas da Saúde, com apoio da Controladoria-Geral do Estado, Tribunal de Contas, Ministério Público e Defensoria Pública, para identificar as causas do desequilíbrio.
“O governo Wanderlei foi uma fábrica de crise para o Tocantins. Basta ver o quanto se gastou com a saúde e o péssimo serviço que era prestado para a população. Aí vem a pergunta: para onde foi esse dinheiro?”, questionou Ronaldo Dimas.
Escândalos sob investigação
Para o novo governo, a reposta para o rombo pode estar nos vários escândalos de corrupção que estão sob investigação pela Polícia Federal. O mais emblemático é o das cestas básicas envolvendo o governador Wanderlei Barbosa, seus filhos e a esposa Karine Sotero que, segundo a investigação, teria desviado cerca de R$ 78 milhões e resultaram em seu afastamento do cargo.
As investigações também apuram pagamentos em dinheiro vivo, obras em imóveis particulares e aquisição de bens de luxo supostamente com recursos públicos. O caso mais recente ocorreu na semana passada, com a prisão do ex-secretário executivo da Educação, Edinho Fernandes, suspeito de envolvimento em um esquema de desvio de R$ 1,4 bilhão por meio de emendas parlamentares.
Confronto político aberto
O embate entre Ronaldo Dimas e Wanderlei Barbosa evidencia o acirramento da disputa política no Tocantins. Além de hoje ocupar a Secretaria de Planejamento, Dimas foi adversário direto de Wanderlei nas eleições de 2022 e tem se tornado uma das vozes mais incisivas dentro do governo de Laurez Moreira (PSD) na defesa da atual gestão e no enfrentamento às críticas do grupo político do governador afastado.
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Fonte: AF Noticias
