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Em discurso após retorno, Wanderlei cita todos os aliados e promete retomada ‘pacífica’ do governo

 O governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) foi recebido em clima de festa por centenas de apoiadores na noite desta sexta-feira (5), no distrito de Taquaralto, região sul de Palmas, horas após a liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) que autorizou seu retorno ao cargo.

Na chegada, Wanderlei chegou a ser carregado nos braços pela multidão, em meio a buzinaços, aplausos e gritos de incentivo. Prefeitos de vários municípios, vereadores, deputados estaduais e federais acompanharam a recepção.

Em seu primeiro pronunciamento público após reassumir o comando do Executivo estadual, o governador se emocionou ao agradecer aliados políticos e apoiadores que, segundo ele, o sustentaram durante os três meses de afastamento. “Só tenho uma palavra para hoje: gratidão a Deus e a todos vocês. É nesse momento que a gente sabe o quanto constrói amigos”, declarou.

Wanderlei fez uma longa lista de agradecimentos, citando o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres (Republicanos), e os deputados estaduais Nilton Franco, Cláudia Lelis, Eduardo Fortes, Ivory Lira, Vilmar do Detran, Wanda Monteiro, Jair Farias, Cleiton Cardoso, Moisemar Marinho, Janad Valcari e Marcos Marcelo. “Foram companheiros que me animaram todos os dias”, afirmou.

O governador também lembrou do apoio recebido em Brasília e fez menções diretas a parlamentares federais. “Quero agradecer ao deputado Carlos Gaguim. Até o carro que eu andei era dele. Desde o dia que fui afastado, eu ia toda semana a Brasília”, disse. Wanderlei ainda agradeceu à senadora Dorinha Seabra (União Brasil), ao deputado federal Filipe Martins (PL) e ao deputado Ricardo Ayres (Republicanos).

Ao se referir ao senador Eduardo Gomes (PL), destacou que era ele quem mais o animava no período de incerteza. “Todo dia ele me ligava cedo e dizia: ‘Governador, vai dar certo’”, relatou.

No discurso, o governador lembrou que a decisão ainda será analisada pela Segunda Turma do STF e pediu respeito às instituições. “Nós ainda temos uma luta na Segunda Turma, mas respeitamos a Justiça e estamos confiantes, com fé em Deus, para que o nosso estado volte a sorrir”, afirmou. Ele citou impactos do afastamento em categorias como professores, merendeiras e comerciantes. “Ninguém ficou feliz com esses três meses difíceis”, completou.

Wanderlei também falou sobre a forma como pretende conduzir o novo momento político. “A retomada do meu governo é tranquila, é pacífica. Eu não vou cuidar da vida de ninguém. Quem tiver que se resolver, que se resolva com a Justiça. Eu vou cuidar é do povo do Tocantins”, declarou.

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O governador ainda agradeceu à esposa, a primeira-dama Karynne Sotero, que também foi afastada na mesma decisão judicial. “Se eu estava triste, ela estava comigo. Se eu estava orando, ela orava junto. Peço a Deus que dê saúde para que ela continue seu trabalho”, disse.

Ao final, Wanderlei relatou o momento em que soube do retorno ao cargo. “Eu vinha dirigindo de Brasília quando soube da decisão. Parei o carro, me ajoelhei e agradeci a Deus, pedindo proteção para voltar a fazer o trabalho que o povo espera”, contou, sob aplausos do público.

A fala foi encerrada com gritos de apoiadores, que entoaram: “O Lelei voltou! O melhor governador do Brasil!”. Para aliados, a noite desta sexta-feira marca um novo capítulo da crise política que abalou o governo nos últimos meses.

A decisão do STF

A liminar que garantiu o retorno de Wanderlei Barbosa ao cargo foi concedida pelo ministro Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, nesta sexta-feira (5). Na decisão, o ministro afirmou que, no momento atual das investigações, não há elementos suficientes para justificar a manutenção do afastamento cautelar do governador.

Segundo o entendimento, medidas que afastam chefes de Poder devem ser excepcionais, aplicadas apenas quando há risco concreto às investigações, à ordem pública ou à instrução do processo. A decisão tem efeito imediato, mas ainda será analisada pela Segunda Turma do STF, que pode confirmar ou não a liminar.

Sobre o afastamento

Wanderlei Barbosa foi afastado do cargo há cerca de três meses, no âmbito de uma investigação que apura suspeitas de desvio de recursos públicos em contratos para compra de cestas básicas durante a pandemia da Covid-19. As apurações apontam possíveis irregularidades, sobrepreço e direcionamento em contratos firmados pelo governo.

Na mesma decisão, a Justiça também determinou o afastamento da primeira-dama Karynne Sotero, que ocupava função na administração estadual. O caso provocou uma das maiores crises políticas do atual mandato, resultando em troca no comando do Executivo, instabilidade administrativa e forte tensão entre os Poderes.

Fonte: AF Noticias